Do ICL

Ciclo de palestras foi organizado por grupo que quer criar partido político

Um grupo de bolsonaristas que se denomina Conservador foi impedido pelo Exército de realizar ciclo de palestras no Clube dos Sargentos e Subtenentes de Curitiba, no Paraná. O evento, de entrada gratuita, seria no dia 24 de janeiro. As informações são do UOL.

O grupo pretende criar um partido político “genuinamente de direita do Brasil”, de acordo com auto definição de seu site. No texto, eles afirmam ser  contra o aborto, a liberação das drogas, o comunismo e à “ideologia de gênero”.

O Clube dos Sargentos e Subtenentes do Exército de Curitiba, que arrenda um imóvel da União, recebeu mais de R$ 4 milhões de repasses do governo federal. A associação, apesar de ser privada, está submetida à hierarquia do Exército.

Segundo o Comando Militar do Sul, que vetou o evento, o estatuto do clube proíbe a realização de atividades político-partidárias no local. “O Comando da Guarnição de Curitiba determinou que não ocorra esse tipo de atividade nas dependências do Clube”, diz o comunicado. No ato do arrendamento, que vigora até março de 2025, o clube submeteu o estatuto ao Exército.

Exército vetou evento. Procurado pelo UOL, o Comando Militar do Sul informou que o estatuto do clube, submetido ao Exército no ato do arrendamento, proíbe a realização de atividades político-partidárias no local. “O Comando da Guarnição de Curitiba determinou que não ocorra esse tipo de atividade nas dependências do Clube”, diz o comunicado.

Veto ao clube não afeta evento

Entre os organizadores e divulgadores do evento, está o advogado Levi de Andrade, responsável pela defesa de condenados no 8 de Janeiro. Andrade já advogou para influencers bolsonaristas, como o blogueiro Oswaldo Eustáquio, foragido na Espanha desde 2022.

De acordo com o advogado, a proibição do local não vai afetar a realização do evento. “Faremos o encontro. Tudo já está pronto, só vamos mudar o endereço”, acrescentou.

Entre os palestrantes, está José Carlos Bernardi, ex-comentarista da Jovem Pan, presidente do grupo Conservador. Ele foi alvo de investigação do Ministério Público em 2021, depois de dizer, durante participação em um dos jornais da emissora que o Brasil enriqueceria “se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles”. Por isso, Na época, foi exonerado do cargo comissionado que ocupava no gabinete do deputado Campos Machado (PTB) na Assembleia Legislativa de São Paulo

Também estão escalados para fazer palestras, influenciadores de direita como Marco Antônio Costa, ex-comentarista da Jovem Pan, e o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Romualdo Gama — o tema de sua fala seria  “o que a medicina espera do partido”… –