por Cláudio Henrique de Castro
As indústrias que poluem o mundo não têm nenhuma obrigação de recolher o lixo que produzem, nem de ressarcir o meio ambiente por este ciclo poluidor.
O máximo que se conseguiu é que paguem pelos seus estragos, mas dinheiro não compra meio ambiente.
É assim com os aparelhos celulares, com os carros elétricos, com as embalagens plásticas, televisores e tudo mais que se tornou descartável.
Há uma programação de validade para os produtos, que duram cada vez menos tempo. O consumo se tornou descartável, em curtíssimo prazo o produto se deteriora, deixa de funcionar ou se torna obsoleto.
Uma regra global que determinasse o recolhimento desse lixo, com responsabilização direta dos produtores, mediante obrigações governamentais sérias e incentivo aos consumidores na devolução e no descarte, poderia minimizar este impacto.
Quem pagará por esta liberdade global de poluir? A flora, a fauna, os mares e todos os seres vivos.
Um exemplo é dos veículos elétricos, cujo ideal seria a devolução mediante desconto na próxima compra ou simplesmente o pagamento em dinheiro da vida útil restante do veículo aos consumidores. Outra medida, pouco discutida, é a substituição do transporte individual pelo de massa.
No Japão, há impostos nos veículos com aumento gradual com o passar dos anos, e isto garante uma frota sempre nova e segura. Contudo, o lixo deles vem parar na América Latina, onde se aproveitam aqueles carros velhos. Em resumo, uma exportação global, que afeta o meio ambiente dos países subdesenvolvidos.
Recentemente, as negociações em Busan, na Coreia do Sul, para um tratado global contra a poluição de plásticos fracassaram.
Durante uma semana, representantes de mais de 170 países tentaram encontrar uma solução para reduzir a poluição de plásticos, que, segundo as estimativas da OCDE poderá triplicar até 2060. Das 460 milhões de toneladas em 2019 até 2024, a produção global triplicou, chegando às 1,2 mil milhões de toneladas (Diário de Notícias).
Promete-se retomar as negociações em 2025. Será?
A resposta é simples, os interesses econômicos poluidores foram superiores aos interesses ambientais planetários.
Nesta esteira, está também o direito à água potável, que depende do meio ambiente e de uma fiscalização global eficiente para garantir a sobrevivência à população global.
O direito à água está ligado à vida humana e no cenário da desertificação da Terra, diante do aquecimento global, conjuga-se com o direito ao meio ambiente livre de poluição.
Outro dado importante é o da poluição pelos agrotóxicos que sempre vão param nos rios. Em uso recorde e com livre passagem no Brasil, para todos aqueles produtos proibidos no mundo civilizado.
A chamada transição energética do petróleo para combustíveis que não emitem CO2 está realmente preocupada com os milhões de baterias dos veículos elétricos que não servirão para nada, depois de utilizadas?
E a água, como fica nessa história?
Os lucros sem uma regulação global, estão transformando o planeta terra em um planeta plástico, dentre outros elementos industriais.