Assim veio:
Segundo turno ocorre na semana que vem, visto que nenhuma das chapas atingiu 50% mais um dos votos
A eleição para a reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) terá mais um capítulo. Em apuração realizada ontem (11) às 19h, logo após o término do período de votação, foi indicado que a Chapa 3 (Movimento UFPR) e a Chapa 2 (Avança UFPR) devem se enfrentar em um segundo turno, marcado para os dias 18 e 19 de setembro. Os candidatos receberam 44,03% e 29,78% dos votos, respectivamente, e sendo que nenhuma das chapas obteve o mínimo de 50% mais um dos apoios, se tornou necessária a realização de um segundo round do período eleitoral, deixando de fora a Chapa 1 (Conexões Para o Futuro), terceira colocada com 26,18% dos votos.
Apesar do cenário favorável para a Chapa 3, o contexto do segundo turno da eleição deve ser outro. Dois fatores incidem na composição dos votos que serão apurados na semana que vem: o apoio ou não apoio dos candidatos Graciela Bolzon e Alexandre Trovon, que compõem a Chapa 1, à uma das outras chapas; e o provável aumento no número de votos de estudantes, visto que apenas 29% da categoria participou do primeiro turno, número que tende a aumentar com o clima de eleição que tem se instaurado na universidade.
Vale ressaltar que para vencer, não basta que uma das chapas obtenha o maior número de votos no geral, mas sim, que ela seja proporcionalmente mais votada em cada das categorias habilitadas para participar: docentes, discentes e servidores técnicos administrativos. Os apoios são contabilizados de tal maneira, que a proporção de votos recebidos por uma chapa em cada um dos segmentos da universidade é multiplicada por um terço e depois agregada em uma porcentagem final.
Assim, se uma das chapas obtém 30% dos votos dos docentes, 60% dos servidores técnicos e 66% dos estudantes, ela termina a votação com 52% e portanto sai vencedor. No primeiro turno, devido a baixa adesão dos discentes, os votos desta categoria tiveram um peso menor. Para que os votos dos estudantes tenham o mesmo valor no resultado final, é necessário que no mínimo um terço deles participem da votação.
Totalidade dos votos apurados em cada uma das categorias da comunidade acadêmica da UFPR/ Fonte: Transmissão da apuração dos votos pelo canal Eventos UFPR TV (link)
Os dois concorrentes
A Chapa 2 (Avança UFPR), formada por Fernando Mezzadri e Cristina Rodrigues, representa a continuidade da gestão atual e carrega o apoio do reitor Ricardo Marcelo Fonseca. Mezzadri ocupou o cargo de pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças durante o último mandato de Fonseca. Já sua vice, Cristina Rodrigues, é professora da UFPR e médica pediatra, tendo sido chefe do Departamento de Pediatria e diretora do Campus Toledo. A chapa defende a manutenção das políticas atuais, prometendo dar continuidade aos projetos em andamento e expandir as iniciativas que têm sido desenvolvidas nos últimos anos.
No que diz respeito à formação acadêmica, Fernando Mezzadri possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, mestrado em Educação pela UFPR e doutorado em Educação Física pela UNICAMP. Enquanto isso, Cristina Rodrigues é graduada em Medicina pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná, com residência no Hospital de Clínicas da UFPR. Ela também tem mestrado e doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFPR.
Por outro lado, a Chapa 3 (Movimento UFPR), encabeçada por Marcos Sunyê e Camila Fachin, propõe uma alternativa de oposição à atual administração, com o objetivo de trazer mudanças para a universidade. Sunyê, que foi candidato em 2016 e perdeu por uma margem estreita, já foi chefe do Departamento de Informática em duas ocasiões. Camila Fachin, que completa a chapa, é a atual coordenadora do Curso de Medicina da UFPR. A Chapa 3 pretende atrair os votos daqueles que desejam uma ruptura com a administração atual, pautada principalmente pela ideia de uma gestão mais descentralizada, com menos burocracia e que priorize a questão da infraestrutura da universidade.
O currículo dos candidatos da chapa também é robusto. Marcos Sunyê é graduado em Processamento de Dados pela UFPR, com mestrado em Engenharia de Software pela Université de Nice e doutorado pela Université de Bourgogne. Ele também realizou pós-doutorado no Laboratório de Informática, da Université Paris VI (Jussieu). Já Camila Fachin é graduada em Medicina pela UFPR, com residência em Cirurgia Geral e Cirurgia Pediátrica pela UNIFESP. Além disso, Camila possui mestrado e doutorado, com doutorado sanduíche no Children’s Hospital da Philadelphia, nos Estados Unidos.