10:35E se fosse branco?

O escritor Carlos Verçosa foi às redes sociais e colocou um holofote sobre os acontecimentos que resultaram na demissão do ministro Silvio Almeida. Para dar o último tiro da metralhadora ele pergunta: “Se o Ministro dos Direitos Humanos fosse branco ele teria sido execrado e defenestrado do mesmo jeito?”. O texto é o que segue na íntegra:

Reinaldo Azevedo faz análise brilhante
desse assédio (não escrevo “suposto”
porque o Ministro foi condenado pela Ong
e linchado pela opinião pública nas redes).
Lembrou o tribunal de exceção
dos facínoras da LavaJato de Moro.
Celebridade, o Ministro Silvio Almeida
foi liquidado com celeridade.
Sem provas: a fala da ministra irmã
de Marielle (Anielle) foi só para a tal “Mitu”:
apesar de, hoje, ter se tornado uma pessoa
pública, ela não confirmou a acusação
de assédio sexual.
Ela apenas aproveitou a ocasião e discursou
de forma genérica em defesa das mulheres vítimas desse tipo de abuso machista,
condenando inversão de valores, em que
as vítimas passam a ser acusadas.
Depoimento e comportamento estranho,
tipo vacina, pois, ao que se saiba, ela não
está sendo acusada de nada; pelo contrário,
o que se viu, na real (e nas redes) foi um abraço da própria Primeira Dama, Janja,
em apreço e solidariedade.
É o que informava a legenda da foto.
Pessoalmente, como o jornalista Reinaldo,
também acho inaceitável esse tipo de ato,
e, se o Ministro o cometeu (contra a ministra
ou contra qualquer outra mulher) tem mesmo
que ser condenado e demitido do cargo
público. Mas pela Justiça, e não por uma
Ong justiceira de origem norteamericana.
Não se joga ima biografia no lixo apenas
com base em delações premiadas na disputa
pelo poder.
Se o que valeu foi só essa denúncia da Ong,
voltamos à barbárie dos dias da Lava Jato.
Me pergunto se tudo não passa de uma
armação para desmoralizar os Direitos Humanos e a presença de gente preta
nos escalões ministeriais; tornar conquistas
que resultaram de anos e anos de lutas
pela igualdade dos direitos, contra o racismo
e pelo protagonismo negro em retrocesso.
Por quê tanta pressa? Por quê justo num mês
de campanhas políticas para eleições que
acontecem em todo o país?
Por fim, diante apenas do dedodurismo
anônimo das delações premiadas e (ainda)
não assumidas, pergunto a pergunta
que não quer calar: se o Ministro dos Direitos Humanos fosse branco ele teria sido execrado e defenestrado do mesmo jeito?

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