por Célio Heitor Guimarães

Se eu fosse eleitor na capital paulista, votaria com certeza e grande esperança em Tabata Amaral, candidata pelo Partido Socialista Brasileiro. Jovem, bonita, bem articulada, com programa de governo, fala bem e sabe o que diz.

Tabata veio da Vila Missionária, periferia da cidade de São Paulo, filha de um cobrador de ônibus. Mas conseguiu caminhar com os próprios pés. É graduada em Ciências Políticas pela Universidade de Harvard (EUA), embora tivesse sido aprovada também em outras cinco prestigiosas universidades estadunidenses – Yale, Columbia, Princeton, Pensilvânia e Caltech.

Em 2018, foi reeleita deputada federal, tendo sido a sexta concorrente mais votada. Faz um ativo trabalho na Câmara, com especial atenção para a educação. É também cofundadora do Movimento Acredito, cujo objetivo é a “renovação política”.

Assisti com atenção à participação de Tabata Amaral na Central das Eleições, da Globo News. Entrevistada pelos jornalistas Natuza Nery, Gerson Camarotti, Mônica Waldvogel, Júlia Duailibi, Andréia Sadi e Daniela Lima, a postulante à Prefeitura da capital paulista saiu-se bem. Não escapou de nenhuma pergunta, nem de nenhuma provocação. E mostrou que está preparada para o cargo, apesar da juventude. Seria ótimo que os eleitores que ainda não a conheciam passem a conhecê-la e deem-lhe os seus votos.

Mais do que nunca, a vida pública nacional precisa de renovação. A começar pelas prefeituras municipais. Basta das antigas e desgastadas figuras, políticos profissionais que nada oferecem ao país. 

O meu saudoso Rubem Alves dizia que “há dois tipos de políticos: os que se oferecem aos olhos do povo e os que oferecem novos olhos ao povo”. Acredito que Tabata Amaral alinha-se entre esses últimos.

Rubem, como eu, detestava os chamados “inauguradores de obras”. Afirmava que “por não sonharem os sonhos do povo, em cada obra que inauguram, inauguram-se a si mesmos – e tratam de gravar-se em placas de metal, pois sabem que, se não fosse o bronze, seriam logo esquecidos”.

Não sei se Tabata tem condições de ser eleita. Isto é, condições ela tem, mas se conquistará a simpatia e o voto do eleitor paulistano, ainda não se sabe. Torço para que sim. E lamento que o eleitor curitibano não tenha a opção de uma Tabata. Temos, é certo, a Maria Victória. Mas as únicas semelhanças entre Maria Victória e Tabata Amaral são a juventude e a beleza.