10:22LEROS

de Carlos Castelo

Em São Paulo, a escassez de água tornou-se o novo normal. Os paulistanos começam a especular se a Sabesp mudou de ramo, aventurando-se no lucrativo negócio das lavanderias a seco. Pelas ruas, transeuntes exibem um brilho oleoso na pele, como se tivessem acabado de sair de uma sessão de bronzeamento artificial. Quem precisa de água quando se pode ostentar aquele aspecto “natural” de quem não vê um chuveiro há dias?

Enquanto isso, a Sabesp continua seu intrigante jogo de “esconde-esconde” hídrico. Rumores sugerem que estão armazenando o precioso líquido para uma grandiosa festa de privatização. Imagina-se um espetacular show de águas dançantes, com torneiras jorrando ao ritmo de “Singing in the Rain”. Ironicamente, a Sabesp vem nos proporcionando lições valiosas. Aprendemos a valorizar cada gota como se fosse ouro líquido. Não será surpresa se, em breve, a NASA vier a São Paulo em busca de voluntários para colonizar Marte. Afinal, quem melhor do que os paulistanos para ensinar a arte de sobreviver em um planeta árido?

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