16:59Jornalista profissão coragem

por José Maria Correia

Hoje pensava no que escrever para minha querida amiga, a jornalista Deborah que faz aniversário.

Como merece tanto e a estima é enorme, não é tarefa simples.

Nem me preocupava ser original .

Queria apenas externar o sentimento do amor fraterno que nós seus amigos cultivamos.

Fiquei em silêncio e refletindo viajei no tempo, como se existisse a máquina do cientista professor Papanatas das histórias infantis em quadrinhos do personagem Brucutu criado por Vincent Hamlim.

Minha primeira reminiscência do desejo que sempre me habitou , a de voltar ao passado.

É o que faço então , e como alternativa possível em minhas memórias, “ o único paraíso de onde nunca poderemos ser expulsos”.

E lá encontro nas décadas de lutas pela democracia e o estado de direito a jovem jornalista Deborah Yankelivich .

Circulando nas redações dos jornais, sempre hiperativa e agitada em busca de notícias.

E com uma rapidez nos teclados como se fosse uma exímia pianista.

E dessas teclas é que nasciam seus textos incomuns, desafiadores e corajosos.

Corajosa porque vivíamos ainda em uma época de ativismos ameaçadores de extremistas e de conflitos entre lados partidários.

Como hoje.

E foi nesse torvelinho de enfrentamentos que nos encontramos muitas vezes.

Cada um em sua tribuna e com seus textos e formas de expressão.

Eu em alguns mandatos e ela me incentivando e apoiando sempre .

Assim como meu irmão e maior incentivador Zé Beto.

Viemos caminhando e aqui no Paraná tivemos alegrias de grandes vitórias e conquistas e amargamos algumas tristezas e perdas.

Exatamente assim, -“ A Vida Como Ela É” título das colunas do mestre Nélson Rodrigues , reacionário na política e revolucionário nos costumes.

Um paradoxo e um gênio.

E foi nessa emotiva viagem pela memória onde vi a Deborah nos palanques das grandes campanhas como a das Diretas Já , nos movimentos pelo repúdio ao racismo e pelo respeito às minorias que cheguei aos dias atuais.

De menina ainda a vejo, mas agora mulher madura, mãe e avó dedicada.

E no seu paraíso e Passárgada feminina.

A Ilha do Mel que frequenta com seu marido e companheiro, protegida pelos mitos das grutas Encantadas e pelo mar do imenso Atlântico e dos deuses submarinos .

Nunca deixou de lutar nessas décadas todas .

Assessorou políticos importantes, deu conselhos, mas jamais abandonou o senso crítico que a notabilizou.

Também nunca deixou de sonhar por um mundo mais justo e igualitário que ressumbre paz e justiça.

Embora esse sonho, esteja cada vez mais distante e os que sonham cada vez mais ilhados.

Ainda assim , ilhados ou não, fazemos parte de continentes e da humanidade.

Solidários, que ouvimos os sinos que dobram por nós e pelos que sentem , sofrem e se comovem como escreveu poeticamente John Donne .

Portanto para minha amiga Deborah desejo todas as décadas possíveis para que parte de seus melhores sonhos deixem de ser as ilusões inatingíveis e se tornem realidade.

Ilusões que nos moveram pela vida toda mas valeram a pena ter vivido.

Que o amor continue intenso em sua vida .

E que ela nos presenteie sempre com bons momentos, boas mesas e mares e amizades sinceras

2 ideias sobre “Jornalista profissão coragem

  1. Edna Ruth Bolonhez

    Saudade da Débora , que me preocupou, emocionou e principalmente me fez rir ao longo dos anos. Milhões de beijos, Debs.
    E Zé vc escreve cada melhor. Já te disse isso. João, bom saber que continuas por aí.
    Ruth Bolognese

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