Poema história
Dentre as estrelas
Um ribeirinho
Cantou a primeira
Canção
Com o coração
Cheio de poeiras
Se encantou
Com a imensidão
De seus sonhos
E o tristonho
Cancioneiro
Ouviu sua voz
Tão sutil e veloz
Na melodia
Do meio-dia
Uniram-se inteiros
E o viveiro
Cheio de orvalhos
Se viu calado
E extasiado
Mais um abalo
N’alma dos presentes
E quem sente
Sabe que o silente
Trovador é o detentor
Das palavras mais primitivas
Com as rimas
Em cima
Dos mistérios
Ambos se completam
Como um rio
E sua fonte
E defronte o horizonte
Cantam: a ponte
Vai levar
Para perto o mar
Neste viajar longe
E os estonteantes
Lagos
Serão primados
Com os azuis alados
E as estradas
Levarão aos sagrados
E ritmados firmamentos
Cantando e chorando
Rindo e criando
Linhas místicas
Nesta rítmica
Idealização da ilusão
E como não são
Irmãos
Vão falar:
Nosso olhar
Vai molhar a terra
E fazer chorar
O céu