11:20O prefeito Herivelto

por Vanderlei Rebelo, no blog Paraná Político

Herivelto Oliveira assume como prefeito de Curitiba na sexta-feira

O vereador Herivelto Oliveira (Cidadania) assume interinamente o cargo de prefeito de Curitiba na próxima sexta-feira, dia 31 de maio, data em que o titular, Rafael Greca, viaja para Buenos Aires, onde fica uma semana para ver duas apresentações da Camerata Antiqua, uma delas no histórico Teatro Colón, e para divulgar a capital.

O vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, o presidente da Câmara, Marcelo Fachinello, e outros vereadores que antecedem Herivelto na linha de sucessão não vão assumir as funções de prefeito porque, neste caso, se tornariam inelegíveis, conforme determina a legislação. Como não é candidato à reeleição, Herivelto assume o cargo.

Aos 60 anos, ele sabe que este breve período será um ponto alto em sua vida pública, iniciada como repórter e depois apresentador da RPC TV. Ele aproveitará os sete dias como prefeito para uma série de visitas a bairros da cidade para se reunir com cidadãs e cidadãos comuns – uma das atividades que mais o atrai na política – e para vistoriar obras.

Não vai provocar marolas ou tomar medidas polêmicas. E depois da interinidade, se dedicará aos meses finais de seu mandato, além de atuar pela pré-candidatura de Eduardo Pimentel (PSD) a prefeito.

Blogs e jornais anunciaram que Herivelto seria o primeiro prefeito negro de Curitiba. O tema é polêmico. Segundo o repórter Maurício Geronasso, em texto publicado no site da Câmara Municipal de Curitiba em 2022, esta primazia coube ao vereador negro Antenor Pamphilo dos Santos, médico baiano radicado em Curitiba que era o presidente da Câmara e foi empossado interinamente como prefeito em 16 de julho de 1948.

A posse de Herivelto no cargo de prefeito marca uma bela história na sua família. Seu pai, José Alves de Oliveira, foi servidor público de Curitiba por 37 anos. Trabalhou por vários anos no caminhão de asfalto da prefeitura, quase literalmente pendurado na traseira do veículo. Epilético, levou um tombo grave, passou para a cabina do caminhão e, tempos depois, foi designado para o departamento municipal de obras, que ficava no prédio que em 1972 virou o Teatro Paiol.

Aposentou-se com um salário mínimo, que a mãe de Herivelto passou a receber como pensão após a morte do marido. José Alves se orgulharia de Herivelto, ciente das imensas barreiras de preconceito que o filho superou.

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