Do correspondente em Brasília
A decisão do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), desembargador Sigurd Roberto Bengtsson de agendar para 1º de Abril o julgamento que pode levar à cassação do senador Sergio Moro (União), garantiu um fôlego para Moro.
Num misto de corporativismo local e rito processual moroso, o TRE modificou pela terceira vez a data anunciada para analisar as ações do PT e PL contra o senador paranaense por abuso de poder econômico nas eleições de 2022.
A definição do presidente do Tribunal paranaense bate de frente com o posicionamento do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. Moraes colocou em votação, logo na primeira sessão do ano, a lista tríplice com os indicados para completar o pleno do Tribunal paranaense, condição obrigatória para levar o caso de Moro a julgamento.
Na sequência, o advogado José Rodrigo Sade foi escolhido pelo presidente Lula (PT) e a posse foi marcada para 6 de Março. Pela determinação do presidente do TRE, o julgamento do caso de Moro começa um mês depois da posse de Sade.
Embora a cassação do senador Sergio Moro seja vista como tecnicamente inevitável por diversos juristas, devido à jurisprudência consolidada no TSE, as manobras protelatórias do TRE garantem um sopro ao ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça.