por José Maria Correia

A querida amiga jornalista Thea Tavares fez uma bela postagem sobre o nosso SUS.

Acrescento o quanto é difícil e dramático o país prestar serviços de saúde integral quando a indústria farmacêutica é a das doenças.

Os medicamentos sobem vertiginosamente e sempre acima da inflação.

infelizmente os idosos e enfermos ainda são obrigados à adquiri-los em maioria nas farmácias.

Como fui Secretário de Governo na prefeitura de Curitiba, no governo do estado e fui prefeito, sei bem a complexidade da questão.

Não foram poucas as vezes que comprei remédios e paguei do meu bolso para atender casos emergenciais.

E também recorri a médicos amigos para cirurgias de pessoas carentes.

E sempre atenderam.

Existem frentes em permanente conflito, indústria farmacêutica X poder público e
Farmácia X consumidores.

Vivemos como vítimas das propagandas enganosas, dos descontos mentirosos de 30% , de muitos genéricos com princípios ativos reduzidos e dos fármacos sem efeito algum ou falsificados.

Hoje há o absurdo de uma farmácia em cada esquina ou até duas , e sempre com filas.

E na televisão e nas redes sociais os vigaristas vendendo suplementos ou água açucarada como remédios, assim como os maus pastores estelionatários com água engarrafada no estilo de apóstolos fakes ou médiuns charlatães e estupradores, tudo em nome da “ cura”

O SUS resiste bravamente mas com tabelas baixas de procedimentos o que prejudica os atendimentos especializados.

Ainda assim é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo e que atende 180 milhões de pessoas.

Bem mais de Um Bilhão de consultas e procedimentos anuais, desde doenças menores até transplante de órgãos.

Nada cobra dos pacientes e as farmácias populares atendem dentro dos limites dos seus orçamentos fornecendo insulina para diabéticos, antibióticos e todas as necessidades.

Ainda há a judicialização dos pedidos de remédios caríssimos e até raros com gastos multimilionários.

E os que como eu e mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras pagam seus caros planos de saúde, mesmo sabendo que em muitos casos de órteses, próteses e exames mais complexos encontrarão dificuldades nas liberações.

São situações específicas que tem o SUS como contraponto positivo.

E em comparação com sistemas como o dos Estados Unidos, o país mais rico do mundo, estamos muito na frente.

Lá é o capitalismo selvagem e a mercantilização da saúde em estado puro.

De toda forma deixo minha homenagem aos bons médicos , solidários e generosos como os doutores Gerson, Michaelis, Romeu , Samuel, Lauro e tantos outros e outras fiéis aos seus juramentos

Devo minha vida aos médicos e à ciência, Heitor Lago, Alessi, Júlio Coelho, Réginis , Vialle, Teive, Yared, Guarita, Carlos, Clovis Arns e Pinho que refizeram este Frankstein , e muitos outros que jamais terei como agradecer.

Muitos foram mártires na pandemia da COVID e faleceram em meio a muito sofrimento intubados após serem contaminados pelos pacientes que tratavam.

Vi de perto na solidão e angústia das noites e madrugadas hospitalares onde eu, fugidio e febril delirava em macas pelos corredores brancos .

A maioria absoluta de médicos e enfermeiros do SUS .

Outros sobreviveram, como eu , paciente de Neuropatia.

E ainda temos os hospitais federais, estaduais , municipais e universitários como o Hospital de Clínicas , de Londrina, todos estatais como o do Trabalhador e os de beneficências como as Santas Casas.

Mais toda a rede de postinhos , UPAS para emergências, clínica especializadas e os magníficos SAMU, SIATE e os consórcios municipais.

Enfim uma rede de atendimento que se estende das selvas e rios da Amazônia até o Rio Grande do Sul e todas as nossas fronteiras.

Um colosso que prova a eficiência do poder público presente onde deve estar e com todos os méritos.

Deixo minha comovida reverência.