de Thea Tavares
Só é metade quando se junta.
Se divide, vira uma coisa só, coesa, diluída.
Matemática alguma é capaz
De conferir significados a esta conta
De equilíbrios e de harmonias,
Tons e timbres,
Compassos e melodias.
Só a poesia evidencia
Em arrepios magicamente sentidos,
Aquilo que é realmente suprimido,
Humanamente dividido,
Reunido.
Só é metade quando completa
E somente preenche quando isolada.
Só distante é que floresce,
Procria e conecta,
Para voltar e fundir-se
Em pedaços,
Fragmentos que refletem
Uma gota evaporada,
Após chuvas torrenciais de emoção,
Tatuadas, impressas e transparentes,
Nas explosões de suas cores e de suas luzes.
Torna-se grande a alma que se comunica
Inteira,
Sincera e verdadeira
E que se expressa livre,
Para não mais caber
Nos conceitos e nas definições
Da individualidade,
Para aniquilação das particularidades,
Por meio da invisível
Beleza que brota de suas essências,
Fontes inesgotáveis
De infinitas convergências.
Bravo, Thea!
Obrigada, Célio!
Por esse olhar sempre tão generoso que você deposita nestas linhas.