por Vinicius Junior
Preto e imponente. O Cristo Redentor ficou assim há pouco. Uma ação de solidariedade que me emociona. Mas quero, sobretudo, inspirar e trazer mais luz à nossa luta. Agradeço demais toda a corrente de carinho e apoio que recebi nos últimos meses. Tanto no Brasil quanto mundo afora. Sei exatamente quem é quem. Contem comigo porque os bons são maioria e não vou desistir. Tenho um propósito na vida e, se eu tiver que sofrer mais e mais para que futuras gerações não passem por situações parecidas, estou pronto e preparado.
No Seminário Diocesano d’Assunção em Jacarezinho onde estudei em 56, 57, os meus maiores e melhores colegas eram pretos. Os irmãos Cardoso, o Carlos e o Sérgio. Tinha verdadeira admiração pelo goleiro Baltazar, negão goleiro da Assoc. Atlética Santa Isabel em seus áureos tempos. Quando moleque, adorava brincar de mocinho, pique, salva, na vila operária com a molecada de lá, penca de neguinhos. A baita negona dona Laudelina que lavava roupa em nosso hotel em Santa Isabel do Ivai era presença obrigatória à beira da minha cama. Sem a qual não pegava no sono. Nunca me vi racista.
A maior afronta, depois da repercussão, do episódio de racismo: o clube do valência irá sofrer uma ínfima penalidade de 45 mil euros.
Isto reflete o descaso, quando ao certo deveriam perder os pontos, pelo ato covarde e antiesportista de desrespeito ao atleta…