7:44O enredo do pedágio

As cancelas das praças de pedágio nas estradas do Paraná foram liberadas em novembro de 2021, depois do fim dos contratos de 24 anos que deram o que falar e não baixaram nem acabaram, como vociferava Roberto Requião. As cancelas e as caixas registradoras voltarão a funcionar em sua totalidade provavelmente em 2024. Neste longo intervalo o chamado usuário comemorou passar direto por aquelas antigas centrais de arrecadação, recebeu uma carga de propaganda informando que os novos contratos diminuiriam o preço da tarifa – e isso resultou em votos para a reeleição do governador Ratinho Junior. Depois, o motorista começou  a trafegar por estradas deterioradas e a falta dos serviços de atendimento foi total – aí se começou a clamar pela volta rápida das empresas, da cobrança, etc. Só que o buraco estava mais em cima, numa disputa de contornos políticos envolvendo o Palácio Iguaçu, deputados estaduais e o governo federal com os petistas paranaenses. Hoje sai o edital para o primeiro lote das rodovias. O leilão acontece em agosto. Os primeiros 473 quilômetros que inauguram a nova fase do pedágio devem render para a concessionária R$ 27 bilhões em 30 anos de contrato (prorrogáveis por mais cinco anos). O segundo lote terá o edital publicado em junho. O trecho da BR 277 entre Curitiba e Paranaguá, a principal estrada do estado que teve enredo de pesadelo nos últimos meses entra nele. Tudo dinheiro grosso. O usuário reza para que o tempo passe rápido e nem pensa no que pode estar acontecendo nos bastidores da nova disputa. Quer trafegar com segurança em estradas bem cuidadas. Vai esquecer os dois anos da desta novela cujo enredo poderia receber o título de “só o pedágio salva”.

 

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