7:56Ao mar de origem

de Oberlan Rossetim

Minh’alma, navegante,
Quer sempre voltar
Ao seu mar de origem.
A bússola é a primeira infância.
Depois de tantas próteses urbanas,
Que corroíam o ferro da canção,
De descaminhos e solidão,
Ainda há ondas
Na velha praia paterna.
As águas são calmas
Na baía do olhar
Sustentado pelos cabelos brancos.
Desembarca a alma minha
Num tempo de brincadeiras,
Quando o joelho sangrava,
Mas era límpido o coração.
E as imagens ficam coloridas,
Pintando a cinza do desengano.
Vai, alma!
Descansa na Lei!
Não é a hora de se desviar.
O que está por detrás do muro
Põe fermento na imaginação.
Sim, cresce o parentesco.
E o sangue flui com facilidade
Pelas lembranças.
E o mar voltou!

 

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