Quando as crianças que vocês ajudaram a matar
Saírem de seus túmulos desenfeitados de flores
E apontarem o dedo descarnado contra suas caras de falsos cristãos
Quando essas crianças mortas pela peste que vocês ajudaram a espalhar
Quando essas crianças entrarem em suas noites sem sono
E apontarem o dedo para suas caras manchadas de horror
Quando essas crianças chamarem pelo pai, pela mãe
Chamando por eles de dentro do teu sonho
E ninguém, ninguém responderá:”meu filho”
Porque filho não há, o que há é o cadáver
De uma criança inocente de tudo
Foi você que a matou, e um dia as crianças virão
Virão com seus dedos de ossos gelados
Apontar tua cara e dizer:”foi você!”.