SOCANDO PORTA DE QUARTEL
O sentinela apareceu por sobre o muro. Eram mais ou menos quinze horas e dezessete minutos. O sentinela tinha acabado de tomar café. Ainda mastigava um finzinho de fiambre. Olhou sem paixão para a galera amontoada no portão cerrado. Todos olharam para cima, emocionados. Tinha chegado a hora? O soldado disse:
– Aí.
Todos prestaram atenção. Ele tinha dito aí ou ái. Ou Hawai? Ou bando de nem te ligo?
– Aí – ele repetiu.
Os coraçõezinhos arfavam, de patriotismo. Zeca da banquinha tipo passou mal. Josefa, meio socialité-meio perdida, fez nas calças.
E o soldado:
– Pra informar que não vamos mais comprar os tanques. Cada um lave suas roupinhas nas poças da chuva. Deus é brasileiro.