Para onde vamos se já estamos? Quem busca, não acha. Quem encontra, sabe. E no desenrolar da vida vamos acumulando poeiras na alma. Uma canção é apenas uma lição bem aprendida. Um furacão é a porta para a partida. Vamos até onde se chega a paciência. Depois paramos e contemplamos a vida ao contrário. Para frente olha-se, para o lado caminha-se (em direção a nossos irmãos). Como criar uma história sem se ouvir atentamente a uma esperança, e o que ela diz é para que a perdição seja uma escolha e não uma condição de quem nunca quis entender o sol. Ilumina-se quando a tarde cai, pois a noite vem como uma mordaça de nossos sonhos. Parar de sonhar é envelhecer e perecer quando ainda se é jovem. E quem é velho? A mente sempre nos faz cometer os mesmos erros. Mas o dente mastiga as nossas ideologias para se transformarem no pão místico do dia a dia. Míticos são empréstimos que fazemos para alcançar nossos próprios arquétipos naquela simbologia que traga toda a sua aventura de estar no mundo mesmo quando se despede-se pela última vez. E não morremos por não adivinhar qual será a próxima vida. Apenas sentamos em uma montanha implorando para que ela não seja destruída por nossa ignorância. Quando se está devagar, vai-se até o topo. Quando se está rápido, perecemos da maldade alheia. Sabedoria é não estranhar quando alguém cospe em suas retinas a dor escondida por uma função a mais do coração além do amor. Coração é feito de tranquilidade e onisciência. Nós nos conectamos ao que nunca se quebra, mesmo que as cicatrizes interrompam fluxos infindáveis de luz. Apagamos as luzes para olhar o teto desabando sobre nossos desejos. Aquela realidade que faz com que nunca se termine de viver, pois ultrapassa até mesmo a verdade. Beleza. Olhar apenas para ela é querer sobreviver sem trabalho. E do pão que comemos nem as migalhas ousam ser jogadas fora, pois cometemos o crime de subjugar os mistérios. Poderia escrever sobre tudo olhando apenas o nada que permeia até mesmo as meias. Mas ficar calado é uma missão de quem descobriu a alma de suas vestes translúcidas e a pôs nos chinelos a olhar os pés que não cansam nunca de ir. Vamos. E quem vai, volta. Porém quem está se solta e deixa que tudo seja sagrado.