O parquinho de diversões. Não um carrossel como aqueles de Paris. Era na vila dos confins da cidade grande. Tinha sim, serviço de alto falante, onde quem colocava roupa de ver deus no domingo à tarde fazia o pedido. Sempre, quando eu chego aqui, só escuto de você, frases tão vazias que pretendem dizer… que já não existe mais… De alguém para alguém. Uma faca de pão enferrujada seria um perigo e uma sangueira. No caso dele era pior. O não era permanente, antes de qualquer palavra para uma delas, aquelas que vinha enfileirando no departamento das paixões desde os cinco anos de idade. Verdade! No pré-primário a professora era a musa, depois a freira do colégio… A roda gigante girou e só muitos anos depois viu tudo em Domingo no Parque, de Gil, cinema puro em palavras. A navalha sempre cortando. Um bolero e Maysa chorando para depois morrer tragicamente. Ele, não. Bebeu tudo, mas ficou para contar histórias. Na vila, o parquinho de diversões. Ele, sozinho… como todos.