7:41Voto necessário

por Mário Montanha Teixeira Filho

Goste-se ou não do ex-metalúrgico que já governou o País em tempo não muito distante, é nele que está a esperança de ficarmos livres do pesadelo que nos atormenta. Votar em Lula, no dia 2 de outubro, não significa apenas uma escolha. Mais do que isso, votar em Lula é uma necessidade. Necessidade de devolver ao lixo da história o miliciano que assaltou o poder há quatro anos para destruir tudo o que encontrou pela frente. Ele e seus asseclas, e seus amigos milicianos, e seu rancor desenfreado, sua ignorância, seu desprezo pela vida, sua violência, sua desumanidade.

Bolsonaro cometeu crimes desde quando ingressou na vida pública, como capitão do Exército, algumas décadas atrás. Na função de presidente, deu sequência a um histórico de terror, ameaçando golpes diariamente, avacalhando a República, desonrando o cargo que ocupa e protagonizando vexames internacionais. Está envolvido com o que há de mais repugnante na política. É expressão do mal, agente do obscurantismo e apologista do retrocesso.

Ao contrário do que repete a máquina de mentiras que sustenta o bolsonarismo, Lula não é uma ameaça. Em suas experiências anteriores como governante, não houve fechamento de igrejas, líderes religiosos puderam exercer livremente a sua fé, o aborto e a maconha não foram legalizados, a bandeira nacional não mudou de cor, a propriedade privada continuou a existir, as universidades não se transformaram em prostíbulos e mamadeiras de piroca não foram distribuídas nas escolas básicas. Mas as coisas eram mais simples, respirava-se melhor. Muitas pessoas tiveram acesso a bens elementares, a refeições diárias, ao estudo, à cultura e a um padrão de vida digno. Isso não é pouco.

Os erros do passado – eles foram muitos – não ficaram esquecidos. Eles se expressam no lucro estratosférico dos bancos, que nunca parou de crescer, na riqueza concentrada nas velhas mãos da elite predatória e na dispersão dos movimentos sociais. Ainda assim, em meio a limitações impostas por mandatos de frente popular, Lula nunca deixou de ser um democrata. Na presidência, agiu como estadista. Por isso tanta gente quer que ele volte.

Se as instituições, as mesmas que patrocinaram o afastamento de Dilma Rousseff por uma “pedalada fiscal”, em 2016, não foram capazes de se livrar do genocida que fez do abuso de poder um método de governo, que a expulsão do monstro se dê pelo voto. E desde logo, no primeiro turno.

Não é preciso gostar de Lula para votar em Lula. Que seja agora, então.

5 ideias sobre “Voto necessário

  1. Jose.

    A única coisa correta no texto é ” ex-metalúrgico” e olha a última vez que o ex-presidiário viu um torno de pertinho foi lá pelo final dos anos sessenta.
    Dar uma segunda chance a bolsonaro está fora de questão, mas uma segunda chance a um criminoso contumaz (mensalão, dossiê falso, petrolão, fundos de pensão,etc.) é algo impossível para mim.
    Entre escolher marcola ou Fernandinho beira mar, fico com o Jorge Aragão.

  2. Sergio silvestre

    De onde saíram esses monstros,eu não os conhecia,alguns viviam na minha casa ,comiam da minha comida,e eu nem percebia talvez pelo parentesco .
    Hoje coloquei um boné do meu candidato,já que não posso usar adesivo no meu carro que quebram o para-brisa,ou policiais me param para averiguação toda vez que cruzam comigo,
    Os canalhas se entraram na bandeira do Brasil,se apoderaram das suas cores e se armaram de ódio,onde eu não posso me expressar por que os patrulheiros perseguem,brigam e até matam.
    Tempos terríveis viram,esse antro de gente má,raivosa não vão aceitar a derrota,aí não sei se as instituições vão se dobrar para essa minoria de celebrados.

  3. Francisco Lima

    Votar em Lula nesse momento é um ato necessário especialmente à saúde mental da nação. Se alguns ainda não perceberam que esse circo de horrores está em chamas e Lula é o bombeiro que se apresenta como o mais capaz de unir em torno de si as pessoas sensatas que ainda não abandonaram esse país em combustão, então estamos fritos!
    Esse texto do Mario Montanha sintetiza com muita felicidade a escolha, nem um pouco difícil , que deveremos fazer domingo: civilização ou barbárie.

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