7:19Todos perderam, menos a Globo

A pesquisa DataFolha divulgada ontem no início da noite mostrou que Lula e Bolsonaro estão estabilizados na frente da corrida presidencial, com chances de o petista ser eleito no próximo domingo, no primeiro turno. O placar: 48% a 34%, respectivamente. Nos votos válidos, Lula chega aos 50% e Bolsonaro aos 36%. Foi o aperitivo perfeito para o que se viu depois no debate realizado pela Rede Globo, o último antes da votação. Qualquer pessoa com um mínimo de senso crítico notou que o que aconteceu naquele estúdio foi parecido com um bate-boca de boteco sórdido nas quebradas do mundaréu, para lembrar o saudoso Plinio Marcos. Com algumas exceções entre os coadjuvantes da disputa, o atual e o ex-presidente deste país, que justifica o apelido de Bananão, só não partiram para os palavrões e a agressão física porque não estavam vestidos adequadamente, como mostrou a charge do grande Sponholz publicada ontem aqui. Ladrão é palavrão? Não. Então um tentou colar isso na testa do outro . O tamanho da acusação do “roubo” variou. Neste quesito, Lula também foi espancado por outros candidatos, inclusive seu ex-ministro Ciro Gomes, que termina a campanha bem menor do que entrou. O ex-presidente praticou o contorcionismo de sempre sobre o assunto e tentou dar as respostas como se estivesse num palanque, mas está sem voz, rouco ao extremo. Foi chamado de assassino por Bolsonaro, no caso de Celso Daniel. Já o atual presidente teve de ouvir, por tabela, que é um genocida, por conta da pandemia e de sua recusa inicial em permitir a compra de vacinas para proteger a população. A conta está em quase 690 mil mortos. Simone Tebet ficou parecendo uma freira que entrou sem querer no tal boteco e quis botar ordem na zorra. Como arremate da coisa toda, havia aquilo, o Kelmon, uma figura que, como puxa-saco oficial  de Bolsonaro, ganhou o rótulo de “padre de festa junina” de Soraya Thronicke, a do único imposto único. Do Partido Novo, havia Felipe D’Ávila. Isso dá o mote para a pergunta que sempre se faz neste país: há alguma coisa de novo? Ontem todos perderam, principalmente quem viu tal espetáculo deprimente. A exceção foi a Rede Globo com a sua audiência.

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