17:49ZÉ DA SILVA

Certa vez um desses bilionários da área de tecnologia disse numa entrevista que o maior valor da dinheirama dele, que à época já estava na casa dos dois dígitos – em bilhões de dólares, era que falava e era ouvido. Então, vi na repartição a funcionária com cinco mil anos de serviço público ir cheia de razão pra cima do chefe, que sempre chamou computador de Remington – e perguntou: “Você se logou?” Se soubesse o que era isso, ele procuraria uma tradução em brasileiro, porque deve ter pensado logo em logo. Logo, não sabia – e nunca ficou sabendo, apesar de isso ter acontecido no tempo em que o computador era alimentado a válvula. Mas ali estava alguém que, a exemplo de milhões, domina a técnica das traquitanas, se acha o ó do borogodó, mas escreve gato com J, saudade com c, sofre do estrombo, fala aribu, motocibreta e come feijoada compreta, como a Orora da música.

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