Do Analista dos Planaltos
Enquanto o governador Ratinho Junior voava e ficava uma semana em Dubai, na Assembleia Legislativa, começou a entrar areia naquela imagem que parecia um oásis de tranquilidade no encaminhamento da reeleição. Isso na chamada base de apoio ao chefe do Executivo. A tempestade começou a surgir quando, num acordo firmado nos bastidores, como sempre, os deputados aceitaram referendar as tratativas sobre as novas concessões do pedágio segundo o que foi traçado pelo governo federal – e mesmo depois de uma intensa movimentação em sentido contrário dos parlamentares estaduais. Aceitaram o que foi prometido pelo líder do governo, deputado Hussein Bakri, entre outras coisas – e aí que o bicho pegou, que aqueles que fossem contra seriam limados da base, ou seja, escanteados – e as emendas pleiteadas desapareceriam no deserto. Foi aí que o bicho pegou porque, é o que se fala nos bastidores, não foi o que aconteceu, por exemplo, com Plauto Miró, mesmo com o agravante de ele ser desafeto do secretário Sandro Alex (ambos de Ponta Grossa) e também de Beto Preto. O resumo disso é que o líder Bakri, que já recebia críticas abertas de quem deveria estar ao seu lado, agora está sendo detonado por não cumprir a palavra. Mais: enquanto o por do sol no deserto entrava na agenda da comitiva do governador nos Emirados Árabes, no Centro Cívico já se falava que a movimentação política pode ganhar contornos de tempestade dentro da trincheira do governo depois de abril do ano que vem, quando se encerra o prazo em que o as emendas acordadas com os deputados da base estarão saldadas, etc. Até lá também deve se delinear um pouco o panorama das eleições. Então se saberá se o que acontece agora nos bastidores atrapalhará o projeto do governador.