de Noel Rosa
Eu devo, não quero negar
Mas te pagarei quando puder,
Se o jogo permitir,
Se a polícia consentir
E se Deus quiser…
Não pensa que eu fui ingrato,
Nem que fiz triste papel,
Hoje vi que o medo é um fato
E eu não quero um pugilato
Com teu velho coronel.
A consciência agora que me doeu
Eu evito a concorrência
Quem gosta de mim sou eu!
Neste momento, eu saudoso me retiro,
Pois teu velho é ciumento
E pode me dar um tiro.
Se um dia ficares no mundo,
Sem ter nesta vida mais ninguém,
Hei de te dar meu carinho,
Onde um tem seu cantinho
Dois vivem também…
Tu podes guardar o que eu te digo
Contando com a gratidão
E com o braço habilidoso
De um malandro que é medroso
Mas que tem um bom coração.