A coisa tá braba, mas sobre o aumento dos combustíveis não custa nada ler o que Marcelo Gauto, que faz PHD na Unicamp na sua especialidade, ou seja, óleo, gás e energia, divulgou nas redes sociais (ver abaixo) sobre o preço da gasolina. Em 2011 o litro custava o equivalente a US$ 1,63 no Brasil. Agora, custa o equivalente a US$ 1,13. Há 19 anos o preço é pareado, como escreve, à cotação do dólar. Em 2011 o dólar foi cotado a R$,1,67; agora está a R$ 5,50. Confira:
Em 2011, o salário mínimo era de R$ 545,00, equivalente a 326 dólares (1 dólar = 1,67 real). Em 2021, o salário mínimo é de R$ 1.100,00, equivalente a 200 dólares (1 dólar = 5,50 reais). Ou seja, o salário mínimo perdeu 38% do seu poder de compra na equivalência em dólar. Enquanto o dólar subiu 229% nesse período, na conversão em reais, o salário mínimo aumentou apenas 101%. Se o PHD da Unicamp acha que está tudo bem, que proponha então que a gente ganhe salário em dólar… Aí poderemos pagar gasolina em dólar…
Gentile, você matou a cobra mostrou o pau.
É bem aí que mora, mesmo, o perigo. O resto é conversa fiada para bovino ronronar.
Gentile, você matou a cobra e mostrou o pau.
Isso.
PhD na Unicamp (Universidade de Campinas)? que curso estranho é esse? existe PhD no Brasil agora?
Fui pesquisar que apito toca esse sujeito, descobri que ele é funcionário da Petrobras, e me deparei com isso:
“Aprix Journal — Quais seriam os melhores mecanismos para o Governo e a Petrobras lidarem com as oscilações de preços do mercado internacional de forma a minimizar os impactos internos?
Marcelo Gauto — O ideal era não ter mecanismo algum, que o próprio mercado se autorregulasse, com o consumidor e os agentes envolvidos buscando alternativas. Se você reduz artificialmente o preço, por exemplo, cria-se uma demanda que não deveria existir, o que acaba agravando o problema. Contudo, dadas as condições de desigualdade econômica que vivemos e a pressão política envolvida, é plausível que se faça algum tipo de “proteção” do mercado interno. Não existe uma receita única. Primeiro, é preciso avaliar quais derivados e públicos serão incluídos nesta discussão. GLP, gasolina e diesel? Para todo mundo ou para públicos específicos? Digo isso porque os mecanismos adotados podem ser distintos em função das respostas dadas. Penso que a melhor estratégia envolve direcionar esforços para públicos específicos, já que os recursos são escassos. Por exemplo: ofertar um vale-gás, vinculado ao bolsa-família, para população de baixa renda. Estabelecer para os caminhoneiros desconto no diesel ou preço mensal fixo. A própria receita do segmento de O&G, tais como royalties, óleo-lucro da União, dividendos da Petrobras, etc, poderia custear estes programas. O importante é que qualquer mecanismo que venha a ser adotado preserve os agentes de mercado: a Petrobras, refinadores privados, importadores e produtores de biocombustíveis.”
Pelo jeito ele quer que nós, consumidores, enfiemos a viola no saco e aplaudamos o tal sr. Deus “Mercado”, o mais justo! E que comamos brioches, faltou dizer!