Do Analista dos Planaltos

Antevendo a possibilidade concreta de ser derrotado na convenção estadual do MDB, que acontece no próximo sábado 31), o ex-governador Roberto Requião recorrerá à justiça para impedir o pleito. A ação é ou será encabeçada por membros do diretório de Paranavaí, que tem o agropecuarista e ex-deputado Eduardo Baggio como líder .

A união de dois candidatos à presidência, o deputado federal Sergio Souza e o estadual Anibelli Neto, tornaram a chapa MDB de Todos bem mais forte entre os eleitores, os delegados à convenção. Além disso, Junior Weiller, presidente da Associação dos Municípios do Paraná, que reúne todos os prefeitos e vices, está com a dupla, que tem Anibelinho como candidato à presidente. Para arremata,  na articulação entre os eleitores ( a eleição é indireta), está o experiente ex-secretário e deputado Renato Adur .

Entre outros municipalistas estão na chapa MDB de Todos nomes conhecidos como os ex- deputados Paulo Furiatti e Nereu Moura. O grupo tem ainda como conselheiro informal o ex- governador Orlando Pessuti, o Pessutão, e o ex deputado federal João Arruda, sobrinho de Requião e dissidente do tio e do primo Requião Filho.

Requião, fiel ao seu estilo – e já admitindo a derrota pelo tom que utiliza – está batendo duro diariamente, e abaixo da linha da cintura nos adversários, com ataques pessoais em suas lives. Quer melar a convenção e pretende que uma nova comissão interventora seja nomeada para dirigir o partido –  que essa possa estar sob seu comando.

A alegação , pouco consistente , é que houve demora para que entregassem a ele a relação dos votantes. Se a justiça acatar o pedido e conceder uma liminar , adiar a convenção não mudará o quadro desfavorável ao ex-senador, pois os convencionais serão os mesmos.

Entre os apoiadores de Requião, o mais forte é o deputado federal Hermes Parcianello, o Frangão, pouco habituado à política interna do partido.

O velho cacique, não se entrega, mas agora, com poucos índios, pelo andar da carruagem deve procurar outra tribo para liderar .

E verdade se diga: a disputa não se dá no plano ideológico, de teses, ou programático, como quer fazer crer Requião ao recitar a Carta de Puebla , muito cantada e pouco praticada. A luta partidária é mesmo pelo controle das polpudas verbas dos fundos (eleitoral e partidário) – e do direcionamento aos candidatos preferenciais dos dirigentes da legenda e que fazem toda a diferença em uma eleição.