DIÁRIO DA GRIPEZINHA
O bom do inverno é que não sou incomodado pelos barulhos suspeitos do ofurô dos dois heróis – Homem Morcego e Robin. Devem estar tomando banho de chuveiro, pra economizar água, e quando os dois tomam banho na mesma água economizam mais ainda. Limpam-se lá em silêncio, e nisso sou grato aos dois. Já o senhor aqui do lado, o que jogava truco comigo, faz um berreiro infernal na hora do banho. Uma vez a patroa teve que buscar ajuda de vizinhos para arrastar o infeliz. Já diz o ditado: “quem planta tomates, tomates colhe”, o que me leva ao seguinte teorema: “quem planta nabos, nabos colhe”. Todavia, são outros dois ditados populares que me causam espécie: Escrito num azulejo de um restaurante, em Barcelona: “Hace un día hermoso; verás que viene uno y lo fode”. O outro ditado, desavergonhadamente chupado de uma frase de Grouxo Marx: “Jamais acreditaria num sistema eleitoral que tivesse eleito a mim”. Fui falar, e olha aí: Estão os dois no ofurô, alegretes como gaúcho quando veste uma bombacha limpa que acabou de tirar da gaveta.
Filme: UM DIA, UM GATO (dirigido por Vojtech Jasny, com Vlastimil Brodsky, Jury Sovak e Jan Werich – quatro prêmios no Festival de Cannes – 1963). Num país muito longe daqui, em plena Idade Média, grassava a peste. Então os responsáveis pela saúde pública botaram um gato à frente da negociação das vacinas.