Aquele sábado meu pai ia sacrificar nossa ovelha, que só dava trabalho e não servia pra nada, a não ser quando era tosquiada e nos fornecia a lã que nos aquecia no inverno. Fora isso, era um bicho que só dava trabalho. Eu tinha que levá-la ao pasto de manhã e ir buscar à tarde. Dormia sob uma cobertura de telhas que sempre existiu naquele quintal, construída sei lá para que fins. Para abrigar ovinos é que não. Mas eu gostava da bandidinha, e até sentia prazer em levá-la ao campo e me abalar para buscá-la à tarde. Eu devia ter uns oito ou nove anos. O pai havia contratado um profissional para carnear o animal, que era assim que se dizia: carnear. Havia desses profissionais em Palmeira, carneavam porcos, cabritos, e eram esses homens que saíam em bandos, nos feriados prolongados, e se faziam ao mato para matar catetos, pacas, tatus.
A manhã ia a meio. Quando o homem chegou fazia já algumas horas que o animal estava amarrado, esperando a hora. Meu pai afiava o facão de ponta fina que seria enfiado sob a axila do bicho. Deve ter sido impressão minha, mas quando nossa ovelha viu a arma que tiraria sua vida, aquietou-se em suas cordas e eu vi lágrimas descendo sobre a pelagem do rosto. Como se o animal compreendesse que a vida chegava ao fim, e era assim que se despedia de nós, em silêncio e quietude, com uma conformação tão grande que me senti abalado. Saí de perto de onde ocorreria o sacrifício, que o carrasco já vinha chegando. Meu pai aproximou-se da ovelha silenciosa, levando na mão a faca afiada. Com essa faca cortou as cordas que prendiam o animal, e depois me chamou para que a levasse ao pasto.
Comunicado aos parentes,amigos ,leitores do blog,que deixaram de ir na minha casa serrar cervejas heineken,faziam rodinhas para dizer que eu era comunista,outros que diziam que o Lulinha era sujeito mais rico do mundo,acreditavam no “mito” e seus filhos super honestos e que os 50 imoveis que a família comprou caiu do céu em forma de ‘manah quando ele se batizou em Israel em 559 igrejas ao mesmo tempo para agradar os evangélicos.
Eu dou meu perdão a vocês se fazerem uma mea-culpa por ter enchido tando meu saco com essa merda que vocês colocaram no governo.
Ao ler o texto percebi que somos de certa forma ovelhas sacrificadas, nossos impostos, nossas lãs e para aquecer e saciar o sistema.
O sistema engendrado por partidos politicos, e poderes paralelos com fins específicos de explorar o povo. O povo que tem de pagar alto preço para sobreviver e sorrir com lágrimas na faca dos arranjos, incompreensível para muitos.