de Mário Montanha Teixeira Filho
Quero fazer algumas coisas aparentemente simples: respirar a brisa da vida, escrever um poema, observar a passagem do tempo. Há suavidade e contradição nisso tudo. Meu desejo vem de sonhos indecifráveis, ao mesmo tempo que recupero o descanso e me pego disposto a exercitar a prudência. Não sei do resultado da empreitada. A expressão do cansaço, o meu rosto contrariado, a dor das palavras descompensadas, não-pensadas, postas ao mundo em meio ao fogo da emoção e da raiva, eis o que prevalece. E machuca, às vezes.
Dedico-me a um esforço de carinho e compreensão imenso, silencioso e fundo, que antecede a decretação da guerra. Ele é discreto, e tudo quer e tudo faz para que a tristeza não se se espalhe, não endureça os dias, não adoeça os corpos.
Um querer que supera a dor, que é belo e do tamanho do mundo.