Do Analista dos Planaltos
Em política tudo é como nuvens – cada vez que se olha está de um jeito, como dizem os mineiros.
Pelo andar da carruagem desta semana as nuvens estão assim: Alvaro Dias deve ser mesmo candidato à reeleição para o Senado, dobrando com Ratinho Júnior. É o que indicam as últimas conversas palacianas.
Aparentemente ambos sem adversários fortes, a não ser que Lula em sua campanha presidencial consiga alavancar de forma extraordinária seus candidatos do PT. Muito pouco provável, mas possível.
No MDB deverá haver disputa pelo comando da legenda com a convenção estadual sendo realizada na primeira quinzena de agosto. Os atrativos maiores são o tempo de televisão e rádio e os polpudos recursos financeiros dos fundos eleitoral e partidário. Esses podem servir para que os candidatos usem no interesse da legenda ou mesmo negociem para compor com outros partidos assentados no poder.
São, hipoteticamente, três chapas na disputa do velho de guerra: uma comandada pelo atual interventor estadual, deputado federal Sergio Souza, ligado ao agronegócio; outra do deputado estadual Anibelinho e uma à ser liderada pelo ex-governador Roberto Requião e o filho deputado.
Requião sonha em ser candidato para voltar ao governo para um quarto mandato mas, experiente, sabe que para enfrentar Ratinho Junior , um candidato milionário e com um império em rádios e televisões, vai precisar de toda a estrutura do MDB. Se não vencer a convenção de agosto, pode tentar o Senado ou disputar para deputado federal em dobrada com o filho para estadual.
Nessa hipótese – e se Requião não sair, o MDB poderia eleger três deputados federais: os atuais Frangão e Sergio Souza e Requião. Também três estaduai:, Anibelinho, Requião Filho e Orlando Pessutti.
Pessutão também estuda disputar o Senado se Alvaro não confirmar a candidatura ou mesmo ir para o PSB ou outro partido.
As legendas também estão de olho na posição de vice-governador, por conta do enfraquecimento de Ricardo Barros enrolado na CPI. Barros queria a vice para a esposa Cida ou para a filha a deputada Maria Vitória. O cargo pode continuar com Darci Piana, que assumiria o governo do estado no último ano, ou com os deputados Romanelli ou Alexandre Curi, cogitados nos bastidores.
Observando o cenário e analisando escolhas está o prefeito Rafael Greca. Ele pensa em cargos majoritários ou em concluir seu mandato como o mais importante eleitor do estado e com a segunda maior estrutura.
Enfim como em Mateus: “muitos serão os chamados e poucos os escolhidos.”
O processo eleitoral no Moronhão é tão emocionante quanto uma partida de polo equestre.