de Miguel Sanches Neto
O meu país foi uma pátria morta
que só sabia fechar as portas.
O meu país não me deu conhecimento.
Na escola estudávamos silêncio.
O meu país não soube soletrar meu afeto,
me matou quando eu ainda era feto.
O meu país não foi um país,
foi um estado de sítio.
E eu vivi em seu coração
como quem morre no exílio.