Da terceira nota técnica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) sobre a pandemia da Covid-19 em Curitiba**:
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* O estudo considerou os dados epidemiológicos e taxas de imunização da população da capital via vacina até 6 de junho de 2021, disponibilizados pela própria Prefeitura de maneira pública.
*O documento demostra que o isolamento social aplicado em Curitiba entre os dias 13 de março e 4 de abril foi eficaz em minimizar a terceira onda de COVID-19 vivenciada pelo município, mas não de contê-la por completo, dado que os níveis de isolamento social recomendados não foram atingidos. Foram em torno de 30-50% menor que o recomendado.
Estes resultados já foram observados na reavaliação realizada através de nota técnica publicada em 8 de abril de 2021.
*A segunda nota técnica de 8 de abril de 2021, destacava: “dada à aplicação de isolamento social em níveis muito inferiores aos recomendados, apontamos para a necessidade de manutenção de medidas restritivas, dada que a situação de Curitiba ainda é grave, o que torna evidente que a ausência de medidas restritivas, como recomendado, desencadeou o recrudescimento da pandemia como previsto”.
*De acordo com o novo modelo SEIRS, se não implementadas novas medidas restritivas, a taxa de óbitos diários para a segunda quinzena de junho deve alcançar uma média de 35 óbitos diários (máxima de até 50 óbitos), podendo acontecer uma queda no final de junho seguido de novo aumento abrupto que ultrapassará a média de 40 óbitos diários (máxima de 60 óbitos).
*A ocupação de UTIs SUS Covid-19 chegou a 102% com disponibilidade de zero leitos UTIs SUS Covid-19, de acordo com dados da própria Prefeitura no dia 10 de junho de 2021. As ocupações de leitos de UTI para Curitiba por si só são incompatíveis com a bandeira laranja adotada pela cidade e mediante a projeção de aumento de casos para os próximos dias, a correta classificação seria a bandeira roxa. A tentativa de adoção de bandeira laranja pela Prefeitura não expressa a real situação do município e coloca toda a população em risco.
*Desta forma, se não adotada caracterização adequada de bandeira roxa, com as devidas medidas restritivas para conter o número de mortes que se projeta, recomendamos a intervenção do Ministério Público para garantir a redução de casos e disponibilidade de leitos que o cidadão curitibano necessitará nesta crise.
*Devido ao recrudescimento da pandemia de COVID-19 para Curitiba, recomendamos nova aplicação de lockdown. Salientamos que uma restrição da mobilidade urbana em limiares entre 80-90% é capaz de reduzir a média de mortes em Curitiba para limiares inferiores a cinco óbitos diários, podendo haver dias com zero óbitos.
*É muito importante a adoção de lockdown por período mínimo de 21 dias, para reduzir a transmissão comunitária em Curitiba.
* Também se recomenda o não retorno às aulas presenciais ou híbridas, sendo de responsabilidade dos gestores públicos qualquer aumento de transmissão comunitária pela circulação viral em crianças, uma vez que crianças possuem carga viral equivalente a dos adultos, podendo transmitir o SARS-CoV-2 mesmo quando assintomáticas, o que coloca em risco pais, avós, professores e funcionários de escolas e trabalhadores que frequentam o transporte público. Um exemplo é a Suécia. As escolas daquele país relataram contaminação de um quarto dos funcionários após o retorno presencial e excesso de mortes de crianças entre 7 e 16 anos que totalizaram um aumento em relação à média histórica.
*Outro dado importante é que mais de 22 internações de crianças por COVID-19 já foram registradas por esses dias no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, e o retorno escolar presencial ou híbrido neste momento deve aumentar estes índices.
*Em publicação no periódico Science destaca-se que é consenso, mesmo entre os pesquisadores que defendem o retorno escolar sem a vacinação, que tal retorno não deve ser realizado quando a localidade está em transmissão comunitária, o que é a situação de Curitiba. Portanto, Curitiba não atende às normas para retorno presencial ou híbrido como destaca a comunidade cientifica internacional.
*O estudo sublinha que o retorno, neste momento, envolveria colocar no transporte público mais de 500 mil pessoas que estão em isolamento social. Isso aceleraria a transmissão comunitária do município, aumentando as projeções de óbitos além das taxas previstas nesta nota, modelo que considera o atual cenário de mobilidade urbana.
*Para conter o aumento de casos, internações e óbitos que se projeta para Curitiba nos meses de junho e julho de 2021, recomenda-se aplicação de novo lockdown de 14 de junho até 4 de julho de 2021. De 800 a 1.000 mortes devem ocorrer em Curitiba até 5 de julho se nenhuma medida de intervenção for aplicada, mediante os índices de manutenção da mobilidade urbana.
*A responsabilidade de salvar estas vidas cabe aos gestores públicos e ao Ministério Público.
** O trabalho foi encomendado pelo Núcleo Regional Sul da APP-Sindicato
O Brasil em nenhum lugar se fez lock Dow ,aqui a pandemia deitou e rolou,sorte foi a cloroquina e outros remédios pra vermes receitados pelo atleta Bolsonaro,O INCOMIVEL.
O presidente da ACP que também é o representante oficial do bolsonarismo em Curitiba, é contra o lockdown, para ele a vida dos funcionários dos comércios não importa, ele segue a risca as recomendações do Véio da Havan que faz parte do ministério da saúde paralelo. Como o prefeito e a dona Marcia Huçulak são reféns da ACP, não irão acatar esse estudo
Hospitais lotados, centenas de pessoas se contaminando e dezenas morrendo diariamente, e a prefeitura de Curitiba libera tudo… E o tal do “não matatás”, foi só um faniquito pra impressionar os desavisados?