10:24A Polícia Federal do presidente

da Crusoé

Em abril, Crusoé mostrou como a escolha do novo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, representou um passo adiante no plano de Jair Bolsonaro para dominar a corporação. De perfil político, o delegado ocupou cargos em governos estaduais por indicação de caciques evangélicos e exerceu funções de confiança em tribunais superiores. Pouco mais de um mês à frente do cargo, Maiurino quer mudar alguns procedimentos já consagrados na instituição. Ele pretende, por exemplo, retirar dos delegados a autonomia para conduzirem sozinhos investigações contra autoridades com foro privilegiado, como ministros do governo e do Judiciário. Pela proposta do novo diretor, os inquéritos destinados a apurar suspeitas sobre essas autoridades seriam “concentrados no órgão central da Polícia Federal, nos moldes da estrutura utilizada pela Procuradoria-Geral da República”. A ideia é clara: estabelecer um controle, na cúpula, sobre as investigações mais sensíveis que estiverem em curso. Como não é possível dizer isso de maneira explícita, o jeito é lapidar o argumento para parecer algo natural. Maiurino, ao defender a mudança, diz que as posições dos delegados precisam ser uma posição “institucional” da Polícia Federal.

 

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