Nota de Nelson Goulart, da Abrasel
Acabou neste momento, após 3 horas de reunião com a participação das organizações da sociedade civil organizada, prefeitura, Conselhos de saúde, Ministério Público, Conselho Regional de Medicina etc, onde foi colocada a situação da pandemia na cidade como crítica. Não temos mais reposição de leitos e profissionais, não temos reposição acelerada de medicamentos (prefeitura está importando da Índia), não temos reposição garantida de oxigênio.
Neste sentido a prefeitura deixou claro que adotará a BANDEIRA VERMELHA a partir de amanhã. Pedimos, e fomos atendidos, que se faça então a comunicação dos detalhes ainda hoje.
Tomamos a palavra e expusemos que nosso setor de Bares, Restaurantes e Eventos não aguentará um novo fechamento ou ampliação das restrições pois já somos o setor mais sacrificado. Pedimos equalização das restrições. Falamos dos ônibus, falamos da região metropolitana, falamos da incorreta dosimetria das ações no que fomos acompanhados pelas demais associações do comércio.
A realidade é que não conseguimos demover a administração pública de mudar a maneira de fazer o enfrentamento do problema. “Ônibus lotados com auxílio a fundo perdido e restaurantes vazios com aumento do IPTU” continuará a ser a tônica.
Sabemos da situação terminal de todos nossos negócios e dos empregos. Mas somos os pequenos a sofrer. A indústria, a agricultura, o grande varejo estão bem e contratando.
Temos agido forte e organizadamente em oposição a tudo que sabemos estar errado. Entramos com notícia crime contra a prefeitura, elaboramos um abaixo assinado que já conta, em apenas 1 dia, com mais de 5.000 assinaturas, construímos alternativas, abrimos diálogo com outras associações e com os sindicatos, trabalhamos juntos partilhando opiniões, idéias, soluções possíveis, nos unimos.
Sentimos muito, juntos, toda esta situação, mas não vamos perder a alma, o ânimo. Somos intrinsecamente fortes e inteligentes. Vamos vencer e recuperar através de nosso trabalho duro e honesto. Vamos entrar com os pedidos de reparação financeira. Vamos continuar lutando.
Nelson Goulart
ABRASEL – PR
Pandemia crítica na cidade. Qual parte que a Abrasel não entendeu?
Não aguentamos mais um fechamento? Não, Abrasel, os hospitais é que não aguentam mais uma abertura.
E a gente leva os doentes para os bares e restaurantes para que eles sejam tratados pelos cozinheiros e garçons?
Todo empreendimento tem seu risco. Maior que o risco dos restaurantes e bares, está o risco de quem está trabalhando dentro dos Hospitais, está o risco de quem precisa de um atendimento e não tem uma vaga.
Abriram-se vagas na cidade, mas às custas de “puxadinhos” dentro dos Hospitais, de enjambres. Os bons profissionais estão nas UTIs principais, que já existiam. As novas UTIs estão com médicos, enfermeiros e fisioterapeutas novatos. Ou não especialistas. Em alguns Hospitais, ortopedistas, oftalmologistas ou dermatologistas estão atuando como intensivistas. Pobres coitados, dos profissionais e dos pacientes.