por Mário Montanha Teixeira Filho
A lentidão com que as vacinas chegam aos braços dos brasileiros é causa de muitas das mortes em série provocadas pela Covid-19. Ficou aborrecido tratar dessa obviedade, que ainda precisa ser afirmada com insistência num território dominado pelo negacionismo terraplanista. Com a tragédia que assustou o mundo, a capacidade humana de transformar a partir da ciência atingiu níveis impressionantes. Em menos de um ano, veio a perspectiva de controle do vírus desconhecido. O que falta, agora, é espalhar o remédio a toda a população. Aí mora o problema. Disputas pela exploração econômica de um bem essencial para a sobrevivência humana tendem a produzir o resultado de sempre: proteger os ricos e abandonar os pobres à própria sorte.
Pelas bandas de cá, a conjuntura política agrava a crise sanitária. O país é governado por um ser desprezível, a praticar crimes continuados e a exibir diariamente o pacto macabro que firmou com os propagadores da doença. Nada poderia ser pior.
Como quem acompanha o ritmo preguiçoso do controle da peste, as instituições fazem seus cálculos. Vacilam entre a expulsão do monstro e a espera pela via eleitoral, como se as bravatas presidenciais, que regurgitam ameaças de golpe e grosserias recorrentes, não colocassem em risco o que sobrou de democracia. Enquanto isso, corpos se empilham em covas apressadas, e as dores dos que ficam se perdem na solidão e no silêncio.
Não dá mais para aguentar. Além do delírio autoritário, do ódio como método e da insensibilidade crônica, o governo sustentado pelo obscurantismo e pelo medo, movido pelo tormento da destruição, ilegítimo, feio e medíocre, não tem nada a oferecer. É preciso encerrar esse ciclo de horrores. É preciso que as vítimas da barbárie reúnam forças para afastar imediatamente o genocida que ocupa o posto de comando da nau cambaleante. É preciso voltar a viver e a esperançar.
Estive em Sonora MS numa fazenda onde se planta soja e milho,são 22 mil HE e uma produção media de 60 sacas he ou 1.5 toneladas e a produção da soja por safra de 38 mil toneladas ou seja perto de 60 milhões de dólares,tirando os custos da produção sobra ai a bagatela de 22 milhões para o fazendeiro bolsonarista,negacionista e financiador desse imbecil presidente.
Mais embaixo na beira do Rio Corrente tem uma comunidade quilombolas e a casa aprazível de madeira de dona Filó que conta as historias e mostra o cemitério no seu quintal dos entes mortos por grileiros que foram entrando nas terras férteis do altiplano passando os correntões para derrubar a mata e plantar discriminadamente açoriano e matando um dos mais belos rios do Pantanal.
Ai fico observando a escumalha geral,apostam nesse falso progresso e fico pensando,de que vale produzir tanto para os outros e nosso povo passando fome,de que vale desertificar o Pais sendo que um dia precisaremos de uma bolha para continuar vivendo.
Horrorizada leio esses depoimentos! Uma tristeza imensa me invade , pensando no meu Brasil, tão rico e generoso , entregue a essa gente burra, mesquinha, ignorante e cruel !!Tenho rezado muito para surgir uma revolta que traga mudança. Estou com 80 anos, tive uma vida boa e produtiva, pude estudar bastante e trabalhar como educadora 52 anos. Continuo tentando participar da vida cidadã do meu pais, mas agora devo me contentar com limitações. Porém vou continuar opinando, escrevendo e falando enquanto tiver vida e lucidez!