A Gazetona embarcou na expressão forte e gritou na manchete: “Aborto’ masculino: a epidemia de abandono paterno no Brasil”. Há controvérsias. Raíssa Melo, da Agência de Notícias das Favelas, lembra que o censo de 2015 revelou que ‘5,5 milhões de pais abandonaram seus filhos, sem ao menos registrá-los, esquecendo da participação e responsabilidade na geração de uma nova vida e responsabilidade caindo direto nas costas das mães”, mas que a expressão que está ganhando força é errada. Foi ao dicionário e reproduziu as diferenças: abandono é “ato ou efeito de largar, de sair sem a intenção de voltar; afastamento”; o aborto é “Interrupção prematura, natural ou artificial, do processo de gestação causando a expulsão do feto antes que este possa sobreviver fora do útero”. Outro número: atualmente há 11 milhões de mulheres criando sozinhas seus filhos. Defensora pública federal, Charlene Borges, coordenadora do grupo de trabalho Mulheres da Defensoria Pública da União, afirma que há um equívoco técnico no uso do termo “aborto masculino”. O correto, no direito de família, é abandono parental. De qualquer forma, o tema e o termo estão aí para discussão.
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