por Mário Montanha Teixeira Filho
Está cada vez mais cansativo, é cada vez mais inútil divagar sobre a tragédia que nos assola. Há mais de um ano, a “narrativa” – é assim que se diz – negacionista insiste em espalhar boatos, falsear dados e criar polêmicas descabidas. Ela venceu. Neste momento, somos o centro da pandemia, ameaça para o resto do mundo, laboratório de mutações do vírus maldito. O pesadelo fascista, sob as ordens de um capitão da morte, alimenta a irresponsabilidade dos que assistem, sem nenhum sentimento de humanidade, ao mais vergonhoso e incessante empilhamento de cadáveres que poderia existir.
A cada minuto que passa, vidas são cortadas. Chegamos ao ponto extremo. Mais assustador ainda do que o avanço numérico das vítimas fatais é a notícia apavorante de corpos amarrados a leitos hospitalares. Corpos que buscam desesperadamente as últimas migalhas de ar, o ar que lhes é negado porque faltam equipamentos. Ou o alívio passageiro da dor, também negado porque faltam remédios. Parece sem fundo poço em que nos lançaram.
Arrasado pela insensatez, o Brasil abraça o caos. O sangue da população se espalha pelo vasto território, enquanto o terraplanismo faz passeatas em defesa de um comprimido que não serve e contra a vacina que pode salvar. E as instituições lá, estáveis, estáticas, omissas, cúmplices, criminosas. E o chefe da nação a trombetear golpe militar. E os sanguessugas de sempre a contar os seus dinheiros, enriquecidos, enlouquecidos e estúpidos.
Está tudo aí, está tudo aqui, muito perto, muito triste, cada vez mais triste.
Há décadas criamos e cultuamos “bezerros de ouro”, negacionismo não é novidade, só mudou o foco.
Ah, senti falta do “onde foi que erramos?”.
Onde foi que você errou né,tem uma legião de vivos e mortos que estão como zumbis por ai relinchando Bolívia Venezuela,Cuba e imitando aqueles imbecis que inventaram a “narrativa’ escutando as merdas de um tal Fiuza.Alguns que ainda não foram entubados aparecem já bem mais ralos por aqui.ç