DIÁRIO DA PANDEMIA
O que ninguém comenta é que apareceram uns pequis roídos no pátio do quartel. De quem é, de quem não é, ninguém quis assumir a culpa. No banho coletivo sempre costuma aparecer um pequi roído no chão, tipo sabonete pedindo me pegue. De quem é a fruta, de quem não é, não faltava quem não se abaixasse para pegar. A desculpa era sempre a mesma: “não gosto de ver pequi roído no chão”.
Capítulo II. Frente ao sucesso que esse fruto nordestino ganhou, cogita-se em reproduzir sua imagem na cédula de 200 dinheiros, que ninguém ainda não viu. Ninguém, minto. Teve um olho de senador que ficou bem aberto e viu tudo. Está sendo cogitado um concurso de fotografia para escolher entre pequis e bananas qual fruta melhor se adapta à situação do país. Seja lá o que isso signifique. Agora, pelo menos teremos um valor real para o dinheiro brasileiro. Vale um pequi roído.
Capítulo III. “Nossa bandeira jamais será vermelha”. Mentira! A bandeira do Brasil ficou vermelha. No mapa da pandemia está o registro das milhares de vidas dos brasileiros assassinados pela inépcia dos pequis roídos.
Filme: CANINOS BRANCOS (baseado (epa!) no livro de Jack London. Dirigido por Randal Kleiser, com Ethan Hawke). Essa emocionante película derruba um dos segredos mais bem guardados da República. Ao contrário do que até então se pensava, não é a escovação que mantém os dentes brancos e afiados, mas sim a prática cotidiana de morder o Erário. (Erário era um senhor idoso que fazia a faxina do Palácio. Foi encontrado na lata de lixo onde estava escrita a palavra Brasil, e dizem que o sujeito estava roído como um pequi maduro).