Apareceu rapidinho no longa-metragem do sonho. Cabelo penteado pra trás. Agora penso na imagem de Nossa Senhora de Fátima que está ali ao lado – e sempre me atrai como se concentrasse todo o lado bom do ser humano. Também na foto de uma artista do teatro brasileiro, cujo nome me foge. Mas era ela, de vestido branco, andando numa calçada no meio daquela minha angústia natural do ‘não vai dar certo’. Nem lembro mais o que era, mas naquele momento, como se tivesse ocorrido uma visage, como digo achando que inventei a palavra, ela me acalmou. Foi sempre assim na vida real, nos poucos momentos em que estivemos juntos. Ela quase sempre em silêncio, o rosto triste, acentuado pelos cantos dos lábios caídos. Sorriu pouco na vida, apesar de todo o humor inteligente, rápido, politicamente incorreto, ferino que, sem saber, me ensinou. Acho que foi embora antes dele para ajeitar as coisas. A minha, continua. Com o sinal da cruz agradeço.