Da FSP
Segundo a pasta, fornecimento deve ocorrer entre abril e junho; vacina russa ainda precisa de aval da Anvisa
O Ministério da Saúde informou ter assinado nesta sexta-feira (12) contrato para a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, desenvolvida contra a Covid. As doses serão importadas pelo laboratório União Química, parceiro do Fundo Russo de Investimento Direto, que representa o imunizante.
Segundo o ministério, o cronograma inicial apresentado pela empresa prevê a entrega de 400 mil doses da vacina até o fim de abril, seguidas de 2 milhões de doses no fim de maio. O restante deve ser entregue até o fim de junho.
Apesar do acordo, a vacina Sputnik V ainda não tem registro ou aval para uso emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que é necessário para que possa ser aplicada.
Segundo o ministério, o pagamento das doses está atrelado à obtenção dessa autorização. Em nota, o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, disse esperar que a empresa faça esse pedido à Anvisa com urgência.
“Agora, para que possamos efetivamente aplicar a Sputnik V em nossa população e realizar os pagamentos após cada entrega de doses dessa vacina, só necessitamos que a União Química providencie com a Anvisa, o quanto antes, a autorização para uso emergencial e temporário”, disse Franco por meio de nota.
A pasta não informou o valor total do contrato.
De acordo com Franco, as discussões tiveram início em agosto de 2020. Em fevereiro deste ano, após meses de críticas devido à falta de revisão e o passo acelerado de sua aplicação na Rússia, a vacina Sputnik V teve a análise preliminar de sua fase 3 de ensaios publicada pela revista britânica The Lancet. Os dados apontaram que o imunizante teve 91,6% de eficácia em um estudo com cerca de 20 mil participantes.
Desses, houve 16 contaminados que desenvolveram a Covid-19 com sintomas leves no grupo vacinado e 62, entre aqueles que tomaram placebo.
Para que possa obter o aval, a vacina ainda precisa apresentar à Anvisa esses dados completos.
A União Química chegou pedir o uso emergencial do imunizante em janeiro. A agência, no entanto, devolveu o pedido um dia depois por considerar que ele não tinha as informações mínimas necessárias para análise.
Um dos principais entraves à época foi a falta de estudos da vacina feitos no Brasil. No início de fevereiro, a Anvisa aprovou uma mudança nas regras que permite que empresas com estudos em outros países também possam solicitar o uso emergencial –o que foi visto à época como um aceno à Sputnik.
Ainda assim, a empresa ainda não apresentou o restante dos documentos necessários.
“Estamos abertos para discussão com a União Química, compartilhamos todos os requisitos necessários e nossa expectativa é que os próximos passos sejam tomados pela empresa para que a gente possa seguir com a avaliação e ter certeza que os dados que compõem as informações de segurança, eficácia e qualidade sejam passíveis de aprovação”, disse o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.
Um dia antes do anúncio do contrato para compra das doses da Sputnik, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, participou de uma reunião com governadores do Nordeste sobre a possibilidade de adquirir doses que vinham sendo negociadas pelo grupo junto ao laboratório.
Segundo informações divulgadas pelos governadores, que fazem parte do chamado consórcio Nordeste, o volume de doses em negociação era de 39 milhões –o qual seria complementar aos 10 milhões de doses que já eram negociados pelo ministério. Questionada, a pasta ainda não respondeu se há possibilidade também de compra dessas doses.
Em nota, o ministério diz ter recebido informações da União Química de que a farmacêutica pretende fabricar doses extras no país para atender a demanda nacional. “A possibilidade será avaliada pela Saúde nas próximas semanas e poderá levar à concretização de outro acordo comercial”, disse o ministério, sem citar quantidades e valores.
Caso o interesse dos grandes laboratórios entrassem em acordo, permitir a produção de vacina por outros laboratórios SEM quebrar patente, o vírus estaria sob controle.
Enquanto sobram vacina nos países ricos, a maioria sofrem pela falta.
Por outro lado a natureza do vírus vai se aperfeiçoando, sofrendo mutações e as vacinas perdem a eficácia.
Enquanto isso o presidente em sua piscina de leite condensado, insensível às mortes, se mostra totalmente incapaz.