DIÁRIO DA PANDEMIA
Se ia chegar vacina pelo Aeroporto de Guarulhos, mal sinal. Um raio que o parta pousou na pista principal, acarretando despousagens de aviões. Parece praga. Uma hora é jumento (palavra não ofensiva, usada em Brasília) que fica no meio da pista esperando avião de vacina; outra hora é avião cheio de vacina que quase se estrumbica com outro ao apostarem rachadinha pra ver quem chega primeiro; outra hora é um piá de bosta (termo não ofensivo, usado em Palmeira) que desliga a luz do aeroporto, talhando as vacinas guardadas naquele moque. O que mais ainda pode acontecer? Pode acontecer Bolsonaro declarando que irá tomar a vacina. Foi ele falar isso e a bruxa soltou as amarras! Eu já devia ter desconfiado, quando vi a comitiva que foi a Israel. Percebi entre os membros (epa!) aquele mesmo polaquinho de que já falamos neste hebdomadário, se isso aqui fosse um hebdomadário. Aquele que esteve na comitiva de Cabral I (o Cabral II foi prefeito no Rio), quando aportou em terras guaranis. Já falamos, sim, vocês é que não estão lembrados. Para conseguir imiscuir-se na turma que foi a Israel, ele proferiu a palavra mágica Shazam e virou Hélio Negrão. É preciso ser mágico para sobreviver neste Pindorama.
Filme: ERVAS DANINHAS (direção de Alain Resnais, com Sabine Azema, André Dussollier e Emmanuelle Consigny – Prêmio Excepcional do Júri no Festival de Cannes). O polaquinho de Curitiba, inocente como uma hóstia consagrada, teve a missão de limpar o gramado do Palácio, onde pastam as emas. Ao final do dia, cumprida a tarefa, apresenta-se para receber o pagamento. O Efêmero leva as mãos à cabeça, apavorado: “Minhas croroquinhas!!”
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