por Claudio Henrique de Castro
O Coritiba caiu para a Segundona e o Paraná para a terceira divisão.
Caíram em pé pois estão com diretoria nova, contratações a mil, novas táticas, técnicos novos, discursos renovados, e muitas dívidas, passivos impagáveis. O Paraná com uma dívida para lá de 100 milhões, o Coxa o dobro talvez o triplo disso, mas há promessas que ficarão algum dia no azul.
A história é a mesma: poucos recursos, falta de dinheiro para investir, quem pode mais chora menos, e assim segue a sina de quando aparecer um jogador espetacular ou acima da média para ele ser rapidamente vendido a fim de saldar as contas do cheque especial.
As torcidas, minguando, já não têm mais aquele entusiasmo de outrora – e parte delas é cada vez mais violenta e frustrads.
As futuras gerações gostarão do negócio futebol?
Não há mais dribles desconcertantes, a pasmaceira do toque de bola e da bola atrasada ou para o lado, centroavantes e craques todos no exterior, sobrou uma grande segunda divisão – e dentro dela outros níveis menores.
Há lógica nos campeonatos estaduais?
Uma mistura e um desnível gigantesco na qualidade dos jogadores e das equipes convivem com a velha e tradicional corrupção das federações.
O estado do Paraná com a degringola dos seus times, com o sobe e desce nas divisões, segue, na verdade, decaindo no geral, a maioria não se sustenta, vendem quem podem e fazem um rodízio dos técnicos, outra classe em extinção.
E o Atlético? Invejado por todos os times da federação, pela estrutura, profissionalismo e o combate às estruturas corruptas do futebol e da forma da divisão dos direitos de imagem, quase escorregou num orçamento fabuloso e por pouco não seguiu destino dos seus vizinhos.
O futebol no Brasil está igual à política, é a grande síntese do Brasil. Anda estamos na fase do sete a um, aguardando um novo Pelé, um salvador da pátria.
Para os que caíram de divisão, um aviso: o discurso não é maior que a realidade, não supera as trapalhadas e o futebol não aceita desaforo.