DIÁRIO DA PANDEMIA
*Fábula. O CIGARRO E O FORMIGO. Estava o sujeito matando um do bom, recostado ao tronco de uma árvore, quando um cara veio correndo do mato e, aproveitando os ombros do sujeito, subiu na goiabeira. E disse bem assim: “Se Damares perguntar por mim diga que não sabe”. O formigo perguntou: “E se ela viu você subindo?” “Diga que era um formigo. Ela vai acreditar”.
* Enquanto isso, no Senado…
– E como vai o Dacá?
– Que Dacá?
– Aquele que toma lá.
* E os gafanhotos, afinal, não entraram em greve. Voaram, voaram e o movimento se diluiu no ar, como fumaça de diamba. Os países vizinhos foram um tanto prejudicados pelos pequenos mamíferos voadores, mas o Brasil não. Talvez porque aqui já tivesse peste demais e não carecia ter mais uma. Alguns desses coleópteros, que não sabiam que havia acordo de conveniência, tentaram botar o bloco na rua, mas acabaram ficando em casa, aguentando o mau humor da patroa. Teria sido tão lindo os grevistas saindo às ruas, todos vestidinhos de verde e amarelo, roendo suas alfaces e cantando yes, nós temos banana.
Filme: O FILHO. Um filme de Jean-Pierre e Luc Dardenne, Prêmio de Melhor Ator para Olivier Gourmet e Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes, em 2002. (Um pai levemente abilolado, seja lá o que isso signifique, faz das tripas coração para livrar o filho da cadeia).