6:59NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

Me contaram que estávamos todos prontos para invadir os Estados Unidos. Compramos alguns tanques para lavar a roupa suja, mas deixamos os bandidinhos em solo pátrio porque roupa suja se lava em casa. Dinheiro sujo também. O submarino novo ficou uma graça. Mas, pensar em usar o submergível para levar ajuda aos habitantes de Manaus, nem pensar. E aí, todos prontos para enfrentar os marines? Um sonoro yeeeess saiu daqueles peitos varonis. O problema era o uniforme. Não seria justo entrar em cena com o heroico vestuário usado em Monte Castelo. O general Tornozelo d’Almada sugeriu que nossos combatentes vestissem calças largas, bem largas, cor de morcilha, seja lá o que isso signifique. Caso ocorresse um piriri desses de encher as calças seria bom tê-las tipo bombacha. Decidiram que a farda de verdade só seria usada em combates de verdade. O último, como já disse, foi na Itália, e contra os nazifascistas da época. O importante era o embornal. Grande o suficiente para alojar caroços de coquinho de butiá. Na cintura, porta-setras fazendo de coldres. No fim, tudo deu em água porque Donald já era. Mas o episódio serviu para distrair a Nação enquanto a boiada ia passando.

Filme: ELEFANTE (direção de Gus Van Sant, vencedor da Palma de Ouro e Melhor Diretor no Festival de Cannes 2003). Numa loja de cristais, as coisas estavam em ordem, quando uma besta invade o recinto, trombeteando bravatas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.