por Mário Montanha Teixeira Filho
O socialismo está em desuso. É certo que o mito da vitória liberal definitiva e arrasadora despencou, esmagado por contradições inevitáveis. Mesmo assim, a evidência de que a realidade é maior do que o deus mercado não foi capaz de conter a verborragia dos especialistas econômicos, com seus conceitos rasos, expressões graves e sotaques pernósticos. Eu, que faço parte do passado, não consigo aceitar que ideias como distribuição de riquezas, igualdade ou solidariedade sejam lançadas no cesto das coisas retrógradas e desprezíveis. Algo não vai bem quando não-proprietários se escandalizam com ocupações de prédios abandonados e latifúndios, ou quando miseráveis temem a taxação de grandes fortunas.
Tudo é ideologia, cada informação recebida, cada despacho das agências de notícias. Em nome da liberdade de escolha, o culto ao individualismo, sórdido e cruel, coleciona mortes em série. Eis o paraíso consumista e moderno, o paraíso das regras, dos cálculos exatos, das máquinas espetaculares, onde a vida se desmancha em pouco tempo.
Prefiro ficar fora…
“Conversa de militantes socialistas…
“Se você tivesse dois apartamentos de luxo, doaria um para o partido?”
– “Sim” – respondeu o militante.
– “E se você tivesse dois carros de luxo, doaria um para o partido?”
– “Sim” – novamente respondeu o valoroso militante.
– “E se tivesse um milhão na conta bancária, doaria 500 mil para o partido?”
– “É claro que doaria” – respondeu o orgulhoso companheiro.
– “E se você tivesse duas galinhas, doaria uma para o partido?”
– “Não” – respondeu o camarada.
– “Mas porque você doaria um apartamento de luxo se tivesse dois, um carro de luxo se tivesse dois e 500 mil se tivesse um milhão, mas não doaria uma galinha se tivesse duas?”
– “Porque as galinhas eu tenho.”