Para se chegar a uma lista com mais de 400 nomes e soltar o facão no Diário Oficial, impossível que algumas reuniões não foram feitas no centro do poder do Palácio Iguaçu. Quem conhece a história do Paraná não encontra nada parecido com o ato, praticado dois anos depois da posse do governador. O comum é a ‘limpa’ ser feita assim que o novo assume, principalmente se o antecessor era do outro lado, como fez Roberto Requião ao assumir o segundo governo depois de Jaime Lerner. Quem está por dentro dos bastidores da administração revela que há tempos há uma disputa feroz entre dois secretários e que o que aconteceu anteontem foi reflexo dela. Os nomes: Guto Silva e João Carlos Ortega. Pode ser, mas o que se pergunta é como fica o governador Ratinho Junior diante disso? Ontem, no meio da barafunda, teve gente que especulou que o corte era uma retaliação aos governos anteriores de Cida Borghetti e Beto Richa, etc. Hummmmmmm. Negativo, apesar de muitos dos funcionários da tal lista terem trabalhado na gestão deles. Um ex-secretário lembrou que Ratinho Junior e João Carlos Ortega foram secretários durante quatro anos no governo de Beto Richa. Outra teoria levantada foi a de que a degola geral foi feita porque havia muita confusão com os funcionários, sem saber quem os indicou, e que a exoneração em massa aconteceu para que surgissem os poderosos que indicaram os nomes para se saber direito quem é de quem. Para quem é macaco velho nessas coisas, a tese é furada porque isso poderia ser feito examinando caso a caso – e gente não falta pra isso. O próprio governador Ratinho Junior, por exemplo, tem funcionário da lista que sempre apoiou, inclusive um que conseguiu sair para uma campanha a prefeito e, logo depois, com a benção do governador, foi readmitido. O fato é que a lambança está no ar. Só não enxerga quem acha que o governo pode tudo e não depende de nada para funcionar.
Só que beija a mão com $$$$ público é crime