DIÁRIO DA PANDEMIA

Finda a pandemia, o mundo abismado teve que dar o braço a torcer ao presidente do Brasil. Apenas pouco mais de 20 por cento de toda a população estava curada. Todo o resto tinha virado jacaré. Assim, o presidente matava dois coelhos com uma só cadajada, jacadada, jaculada, sei lá, não importa. Primeiro, provava que sua teoria a respeito da vacina transformar as pessoas em sáurios estava correta. Segundo que o Pantanal voltaria a ser povoado depois da queimança provocada por Leonardo DiCaprio. É de todos sabido que o ator americano abalou-se lá dos Estados Unidos para vir passear de bicicleta segurando na mão um pau em fogo. Após a pandemia ficaram: de um lado, os jacarés preconizados pelo presidente; de outro, o rebanho de ruminantes zurrando e relinchando na paz do Senhor.

Filme: PARCEIROS DA MORTE (Maureen O’Hara, Brian Keith e Steve Cochran – direção de Sam Pechinpah): De um lado, um cara fazendo de um tudo para impedir a vacinação em maça, maçã, massa, sei lá; de outro lado, o mesmo cara baixando a bola e declarando que não tinha dito nada daquilo que ele tinha dito.