por Julio Jacob Junior*
Nos últimos três meses, os torcedores e sócios do Coritiba têm assistido nos bastidores, e mesmo publicamente, a uma série de atitudes – às vezes contraditórias – mas que tem um único objetivo: a perpetuação de forma antidemocrática do presidente Samir Namur no comando do Coritiba.
Esse triste episódio do Coritiba e da sede de poder daquele que já foi chamado de “Príncipe” ganhou um novo capítulo nos últimos dias quando a pandemia levou a Prefeitura de Curitiba, acertadamente, a decretar bandeira laranja e editar decreto proibindo a realização de assembleias presenciais.
Isso porque, apesar de haver Medida Provisória aprovada durante a pandemia justamente prevendo a realização de assembleias virtuais, a sede de Poder fez com que, em declarações formais ou nos bastidores, Samir e sua Trupe insistam em não admitir a realização da eleição para presidente de forma não-presencial.
O que escondem a sete chaves é a razão pela qual não admitem tal hipótese: em havendo eleição virtual, Samir ficará marcado como o presidente com maior rejeição pelo voto da história do Coritiba.
O aperitivo dessa desaprovação foi sentido pelo próprio Samir numa Assembleia Geral convocada pelo sério e competente presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Licheski, há pouco mais de dois meses, quando alguns membros do Conselho Consultivo do Clube, capitaneados pelo próprio Samir, numa até improvável aliança com o Grupo do Vialle, buscavam a prorrogação do mandato do “Príncipe” para depois do Brasileirão.
É certo que as justificativas para a prorrogação do mandato eram distintas, de lado a lado: enquanto Samir tinha expectativa de um bom resultado no Brasileirão 2020 lhe garantir a recondução, seus adversários viam na prorrogação a chance de não ter seu início de mandato maculado pelo insucesso do time montado por ele, time esse reconhecido pela crítica especializada como o pior e com menos garra e autoestima da história, e que está cada vez mais perto do rebaixamento.
Ocorre que a reação dos torcedores e sócios foi tão contrária à prorrogação do mandato que, diferente dos demais, e com a tranquilidade dos grandes gestores, Renato Follador e seu grupo recuaram tempestivamente da ideia de prorrogação para se dispor a tentar salvar o Clube da herança maldita do pré-rebaixamento, que será deixada por Samir, para tentar recuperá-lo nas parcas rodadas que restam – o que mostra que realmente estão obstinados a tentar reerguer e salvar o Clube.
O fato é que a experiência da assembleia de prorrogação de mandato deixou um gosto amargo para Samir, já que quase 95% daqueles que acessaram o ambiente eletrônico de votação deixaram claro que querem o “Príncipe” fora do Coritiba o quanto antes, sem qualquer prorrogação.
Acontece que a justificativa oficial de Samir e sua Trupe de irresponsáveis para contestarem a já bem-sucedida experiência de assembleia virtual do Coritiba seria a “falta de confiabilidade do cadastro de sócios”, já que nela constam o nomes de pessoas que, infelizmente, não mais estão entre nós, alguns há mais de 2 anos, apesar de continuarem constando na malfadada lista de eleitores aptos cuja gestão cabia ao próprio Samir. O que significa dizer que a mesma turma que administra o Clube e é responsável e guardiã do cadastro de sócios o rotula de “inseguro” e “impróprio”.
No mundo jurídico, esse casuísmo – lembrando que o “Príncipe” se orgulha do título de Professor Doutor em Direito – é rechaçado pelo princípio da boa-fé, em que um de seus pilares está a regra basilar de que a ninguém é dado o direito de se beneficiar de sua própria torpeza (nemo auditur propriam turpitudinem allegans). Ora, ser o “dono” do cadastro e dizer que ele não é seguro, mesmo depois de uma assembleia já realizada com muita segurança e sucesso, resume, mais uma vez, a falta de seriedade e profissionalismo da gestão Samir e demonstra que o que interessa é o poder pelo poder, não o Coritiba.
De toda maneira, resguardando a segurança e o cadastro – que era obrigação de Samir e que nada fez mesmo com à pandemia – acertadamente a Comissão Eleitoral está prevendo a realização de um processo de habilitação para a votação virtual, o que garantirá que “fantasmas” não votarão.
No entanto, não se admire, leitor, caso o assunto seja judicializado e a ação que venha a discutir essa questão seja capitaneada por um sócio ligado ao Samir, não por ele ou sua chapa. Afinal, esse é o modus operandi da sua turma de se perpetuar no poder, aliás, há muito tempo contrária aos anseios dos Sócios (nesse caso de 95% que já se manifestaram quando da AGE para impedir a prorrogação de mandato para além desse ano).
A verdade que não pode ser esquecida nem negada e que precisa prevalecer ao bem do próprio Coritiba é que o seu Estatuto NÃO VEDA a realização de Assembleias Virtuais, que sua realização garante a mais ampla participação do associado e, ainda, que a garantia da identificação do eleitor se dará mediante cadastro prévio e habilitação para a votação virtual. Assim, qualquer decisão contrária a isso representará uma afronta ao sócio do Clube e mesmo às restrições e adaptações que a pandemia trouxe à realidade de todos.
Que se garanta a votação virtual e a vontade do sócio possa ser colhida e respeitada. Vamos à eleição!
*Sócio vitalício do Coritiba, já atuou com Presidente do Conselho Consultivo e Vice-Presidente do Deliberativo. É advogado e ocupa atualmente a Vice-Presidente do IPRADE – Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral.
O CFC sempre será a Tradição, a Glória e a Realidade do ” Esporte Bretão ” na Terra das Araúcarias,, em qualquer Série do Alfabeto…cof,cof, cof… .
Fora Samir!! Follador já
Meu Deus do céu, existe gente discutindo sobre o que vai sobrar do Glorioso do Alto da Glória de mais um rebaixamento vergonhoso para a Série B? Estão disputando espólio de um time “morto”? Não sou e nunca fui sócio do meu querido Coxa, sou coxa branca e não trouxa branca, é isto o que há alguns anos vem acontecendo conosco, os torcedores. Depois da tragédia do primeiro rebaixamento, naquele episódio vergonhoso acontecido no Alto da Glória o Coxa nunca mais foi o mesmo, sempre convivendo com o medo de mais um rebaixamento. E tem gente brigando por isto.