por Jamur Jr.
A inauguração da Radio Difusora de Paranaguá, a terceira no Paraná, reuniu figuras representativas da sociedade local. O show para marcar a data foi programado com talentos da terra. Músicos e cantores, foram selecionados na comunidade. Entre estes estava uma garotinha de voz bonita e muito afinada. Nos seus 14 anos de idade, Rosy de Sá Cardoso costumava cantar boleros e outras músicas românticas nas festas da escola e nas reuniões familiares. Convidada por Alceu Guimarães para se apresentar na festa, a jovem cantora se vestiu de estrela e brilhou como tal. Dois anos mais tarde, a família foi morar em Curitiba. Rosy continuou cantando em festas e reuniões. Ficou conhecida nos meios sociais da cidade como a garota de voz bonita que cantava boleros. Quando Aloisio Finzetto começou a preparar o grande show de inauguração da Rádio Guairacá, o nome de Rosy de Sá Cardoso estava na lista das atrações. Participou e ganhou um contrato para cantar nos programas de auditório. Segura de sua capacidade como interprete, inscreveu-se nos mais famosos programas de calouros do rádio brasileiro. Esteve na Rádio Nacional do Rio de Janeiro onde participou do programa “Hora do Pato”, de Jorge Cury, depois foi ao programa de Ary Barroso, na Rádio Tupi. Em todos esteve sempre entre os primeiros colocados. Tinha futuro garantido como cantora: voz bem afinada e boa interpretação. Mas um problema nas cordas vocais a deixou sem voz durante uma semana. Por recomendação médica parou de cantar. Sua carreira de radialista não foi muito longe. Convidada para escrever uma coluna social no jornal O Dia, que era do mesmo grupo político da Rádio Guairacá, definiu seu futuro profissional. A neta de João Gualberto, de voz bonita, revelada em Paranaguá, tornou-se uma das jornalistas mais competentes e respeitadas da imprensa paranaense.
*Publicada no livro ‘Sintonia Fina‘