por Jamur Jr.
Há quem diga que o saudosista é um chato. Cerca ocasião um pescador amador do nosso litoral disse que “quem não sente saudades, já morreu”. Mesmo com o carimbo, injusto, acho que relembrar as coisas boas do passado faz bem para alma e dá aos mais jovens um parâmetro para analisar pessoas e suas ações. Faz bem lembrar de políticos e administradores públicos que colocavam o povo em primeiro lugar, em tudo. Alguns exemplos: Ney Braga foi prefeito de Curitiba e quando assumiu a cidade havia falta de quase tudo, sendo a energia elétrica o principal problema. Havia motores a diesel instalados no bairro Capanema, que garantiam uma luz fraca e por tempo limitado para os curitibanos. Ney mudou isso, organizou o sistema de transporte coletivo, abriu e pavimentou novas ruas e avenidas, construiu escolas. Fez um trabalho tão bom que o povo o elegeu governador do Paraná. Assumiu o Palácio Iguaçu, com os cofres vazios e a arrecadação muito baixa. Mesmo assim, construiu a Estrada do Café, ligando a próspera região agrícola do norte ao porto de Paranaguá. Foi uma das obras mais importantes de seu governo, sem esquecer das usinas hidrelétricas, outras rodovias, hospitais etc. O norte do Paraná, com o desenvolvimento da agricultura, principalmente do café, vivia mais próximo de São Paulo do que Curitiba, isso por falta de uma ligação rodoviária adequada. Com a rodovia, o norte, que vivia longe do poder, da capital, e de muitas decisões politicas importantes, passou a participar integralmente da vida paranaense. O sucessor de Ney Braga foi seu Secretário da Agricultura, um jovem advogado (36 anos) cheio de entusiasmo e muitas ideias. Paulo Pimentel organizou o sistema agrícola paranaense, renovou o rebanho bovino, importando Zebus que ficavam em quarentena na região do Porto de Paranaguá, antes de seguir viagem para o norte do Estado. Pimentel construiu várias rodovias de ligação, ampliou a integração do norte com o sul do Paraná, melhorou o ensino com a instalação das Universidades estaduais, construiu o grande prédio onde hoje está o Museu Oscar Neimayer . Quando a produção agrícola excedia o consumo interno e as quotas de exportação, mandava seu amigo e assessor, Rafael Iatauro, buscar novos clientes no nordeste do Brasil. Honradez, dignidade e honestidade, era prática comum dos homens públicos. Só para lembrar; quando Ney Braga faleceu, deixou como herança para sua família, apenas a casa onde sempre morou. Ivo Arzua, o prefeito que remodelou o centro de Curitiba, construiu a Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais onde colocou os favelados que viviam a beira dos trilhos do trem no bairro Hugo Langue, anos após o termino de seu mandato ainda pagava as prestações de sua residência. Ter saudade desse tempo e desses personagens é um direito e uma homenagem aos administradores que tudo fizeram para beneficiar o povo.
Menos Jamur, menos…primeiro que Rafael Iatauro nuca foi amigo de Pimentel, aliás Iatauro só foi Conselheiro do Tribunal de Contas para que Pimentel não perdesse a eleição para Prefeito em troca de um escandalo que todos conhecem das escadarias do TC…quanto ao Ney Braga, esse sim foi um grande homem público.
Políticos que não se aproveitam dos mandatos em benefício próprio, o que era normal nos tempos descritos pelo Jamur, segundo o conceito que hoje domina na sociedade, seriam chamados de trouxa. A devolução de troco a mais, ou a devolução de quantia perdida ao seu dono, o que deveria ser uma atitude normal, hoje ocupa manchetes e espaços na TV. Exemplo: Os bolsonaristas se esganam gritando mito! mito! para um cara que na terceira mulher e acoitando família locupletada na política, adota a palavra Família em seu lema. Que manda arreganhar porteiras e tacar fogo numa obra divina que são a Amazônia, o Pantanal, e aplaude ministro inimigo de siris e caranguejos, berra Deus no mesmo lema e desdenha pandemia que matou mais de 150 milhões de compatriotas nossos, o faz urrando Pátria.